Em plena temporada de férias no Brasil, o turismo tem sido um importante vetor para a economia. No ano passado, alcançou faturamento recorde de 7,341 bilhões de dólares, impulsionado pelos gastos de estrangeiros. Apesar das reclamações que temos visto em relação ao valor elevado do dólar, é justamente essa diferença no câmbio que têm atraído pessoas de outros países para gastar aqui.
As páginas do Correio do Povo atestam isso, na seção de Verão, mostrando praias gaúchas repletas de turistas. Segundo matéria do repórter Cristiano Abreu, publicada em 23 de janeiro, a invasão argentina em Torres, Capão da Canoa, Xangri-Lá e Tramandaí é muito incentivada pelo câmbio. Os “hermanos” trazem dólares para trocar por real, o que é vantajoso para eles devido à desvalorização da nossa moeda em comparação com a divisa norte-americana. Essa movimentação gera empregos em vários segmentos de serviços, incluindo a rede hoteleira, de restaurantes e de transporte. Dados do governo do Estado mostram que o turismo é responsável por 4% do Produto Interno Bruto (PIB) estadual. Por esse motivo, a atividade tem sido uma esperança para a recuperação econômica após as enchentes que castigaram o RS. No Plano de Desenvolvimento Econômico Inclusivo e Sustentável, divulgado pelo governo em outubro, o setor é considerado um dos pilares a ser incentivado nos próximos anos. Porém, não será tarefa fácil.
O Observatório de Turismo do Estado mostrou que 67% dos atrativos privados e 53% das atrações públicas foram afetados pelas cheias do ano passado. É bastante para recuperar, mas, aos poucos, as operações vão voltando e se beneficiando desse fluxo turístico não só na costa, mas também na Serra e outras regiões, que atraem visitantes por atrações de aventura e de gastronomia, por exemplo. O efeito negativo parece estar ficando para trás, pelo menos neste segmento. Além dos benefícios para a economia, o turismo também deve ajudar a valorizar a cultura e a incentivar a preservação do meio ambiente.