Editorial

Um acordo histórico para a busca da paz no Oriente Médio

O mundo vislumbra uma possibilidade de paz que deve ser perseguida a todo custo.

O acordo entre os líderes palestinos e Israel, com a incidência do grupo terrorista Hamas nas negociações, tem muitos significados, representando êxitos e insucessos que tanto podem representar avanços significativos como recuos ou estagnação nas tratativas no curto, médio e longo prazos. Não se pode deixar de reconhecer que a participação nesse processo do presidente norte-americano Donald Trump foi decisiva para um encaminhamento de um diálogo, ainda que tênue e tenso, e de abertura de negociações, ainda duras e, por vezes, emperradas. A estratégia de Trump foi de procurar os agentes em conflitos a partir de outras nações inseridas no contexto e com as quais ele mantém boas relações diplomáticas, a exemplo do Catar, incidindo sobre Israel e os terroristas valendo-se de agentes externos.

O resultado disso o mundo todo viu a partir desta segunda-feira. Houve a libertação de 20 reféns israelenses vivos pelo Hamas, a soltura de cerca de 2.000 prisioneiros palestinos por Israel, incluindo 250 deles que cumpriam prisão perpétua, a entrega de 28 corpos de reféns falecidos, ainda faltando outros restos mortais a serem devolvidos para suas famílias, e o início da retirada gradual das tropas israelenses da Faixa de Gaza, prevista como parte da segunda fase do plano. Essa desocupação, que permite o acesso a uma área totalmente em escombros, representa um desafio hercúleo no tocante à sua reconstrução, sem ser menor, contudo, que a tarefa gigantesca de alimentar a população, prover hospitais e remédios, bem como toda uma infraestrutura que foi totalmente destruída. Tudo isso deverá ser feito com ajuda internacional, sendo uma precondição que o Hamas fique à margem do poder a ser exercido pelos palestinos nesse território conflitado.

Apesar de todas as adversidades para se chegar a uma paz tão desejada, o fato é que houve um progresso, mesmo que com idas e vindas, com vistas a um entendimento que assegure um mínimo de civilidade na relação entre as partes imersas em franca hostilidade. Espera-se que o bom senso impere e que as barbáries cometidas nessa guerra histórica fiquem para trás como uma memória coletiva de alerta.