Um caminho a ser percorrido
O Brasil tem um grande potencial para ofertar hidrogênio verde para outras nações porque temos vento e sol em abundância. Isso faz sentido, já que essas fontes estão na base da extração dessa nova opção energética.
publicidade
O mundo atualmente busca alternativas para eliminar o uso das energias que geram gases de efeito estufa e que poluem a natureza, causando o superaquecimento do planeta, o que já vem gerando tragédias climáticas em âmbito global, com enchentes e estiagens, degradação do solo e perda da habitabilidade em diversos continentes. Nesse contexto, cada vez mais é valorizado o potencial do hidrogênio verde, obtido por energia renovável ou por energia de baixo carbono. Ele é abundante no universo, mas não na Terra, onde só é encontrado, principalmente, na fusão com a água, na famosa composição H2O. O trabalho consiste em extraí-lo da água, o que demanda investimentos de monta e a aposta em energias limpas prévias que possam realizar esse processo com o menor custo-benefício.
É por isso que, embora possa parecer paradoxal, o futuro do hidrogênio verde no Brasil depende em muito da expansão de outras energias limpas, como a eólica e a solar. Se formos produzi-lo a partir de fontes como termelétrica a carvão, por exemplo, estaremos anulando seus eventuais benefícios porque, neste caso, sua obtenção não será um jogo de ganha-ganha, já que essa fonte empregada não é limpa e, portanto, por ser poluente, não se mostra apropriada. É por isso que o aporte nas energias limpas precisam ter um volume expressivo para que possam ser usadas nesse processo.
As reiteradas afirmações de que o Brasil tem um grande potencial para ofertar hidrogênio verde para outras nações vêm da constatação de que temos vento e sol em abundância. Isso faz muito sentido, mas não podemos nos esquecer de que para chegar a ser esse fornecedor internacional, é preciso que a produção das energia eólica e fotovoltaica estejam em patamares competitivos, tanto para o mercado interno quanto para o externo. É como se elas constituíssem uma etapa prévia a ser percorrida. Tudo indica que é possível tê-las na medida desejada para produzir o hidrogênio verde, mas ainda há um caminho a ser percorrido, o que demanda políticas públicas e privadas eficientes e bem implementadas.
