Um modal que pode fazer a diferença

Um modal que pode fazer a diferença

Outrossim, há que se considerar um outro enfoque a que não se pode fugir. A diminuição de veículos de cargas nas estradas poderá implicar a redução de acidentes que geram um número incalculável de mortos e de feridos.

Correio do Povo

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O país busca melhorar sua infraestrutura, logística e armazenagem da produção visando se tornar mais competitivo nos mercados interno e internacional. Entre os itens que merecem atenção, a questão dos transportes assume papel relevante e, dentro dela, especificamente o modal ferroviário. Inserido no novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), para o qual estão previstos quase R$ 350 bilhões em seu eixo voltado a “Transporte Eficiente e Sustentável”, investimentos para construção de novas ferrovias concentram R$ 94,2 bilhões.

Os benefícios da expansão das ferrovias, no médio e no longo prazos, são diversos e abrangentes e isso começa pelos custos. Enquanto um caminhão transporta, no máximo, 35 toneladas, apenas um vagão consegue transportar, em média, 130 toneladas. Tal otimização, integrado com outros modais e aeroportos, pode fazer toda a diferença no sentido de que os produtos nacionais cheguem ao destino final com vantagem sobre seus concorrentes. Também não se pode descartar que, ao se cogitar o retorno mais efetivo do transporte de passageiros sobre trilhos, isso pode gerar uma concorrência que venha a baratear tais deslocamentos como um todo, além de representar um possível incremento no setor de turismo por chegar a outras regiões do país não cobertas pela malha rodoviária.

Outrossim, há que se considerar um outro enfoque a que não se pode fugir. A diminuição de veículos de cargas nas estradas poderá implicar a redução de acidentes que geram um número incalculável de mortos e de feridos. Somente isso, possíveis vidas que podem ser salvas, já serve como justificativa para implementar um novo projeto estratégico no gerenciamento dos deslocamentos de pessoas e de riquezas. A ampliação das ferrovias está diretamente ligada a um aumento da segurança nas rodovias. Diante dessa realidade, não há tempo a perder para inverter a lógica que atualmente rege o fluxo cotidiano dos bens e serviços nos nossos modais de transporte no território nacional.


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DESDE 1º DE OUTUBRO 1895