Um segmento sem estudo e sem trabalho

Um segmento sem estudo e sem trabalho

Os impasses em torno da geração que não estuda nem trabalha têm que ser tratados com políticas eficientes adotadas tanto pelo poder público como pela iniciativa privada, que pode dispor do Sistema S para isso.

Correio do Povo

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De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta sexta-feira pelo IBGE, ainda temos um grande contingente de jovens que não estudam nem trabalham e que são contados na escala dos milhões. Para ser mais exato, são 9,6 milhões de pessoas nessa condição, representando um a cinco jovens brasileiros de 15 a 29 anos, o que constitui uma parcela de 19,8% desse segmento.

Esse montante de brasileiros sem perspectivas de sobrevivência precisa ser alvo de políticas públicas eficientes que possam qualificar esses rapazes e moças que estão alijados da possibilidade de uma vida mais digna e mais produtiva. Urge incentivá-los a retomar os estudos e a se preparar para buscar uma vaga no mercado de trabalho. O Brasil está com um aumento constante da população da terceira idade e é preciso que haja um equilíbrio na substituição da força de trabalho para que a economia possa ser impulsionada, bem como o mercado de consumo. Dessa forma, realizar a inclusão de brasileiros em idade de produzir no âmbito da atividade econômica é um imperativo da realidade.

No sentido da superação desse fato da chamada geração “nem-nem”, que não labora nem está inserida no ensino formal, é imprescindível que haja convênios com o Sistema S, que tem condições de propiciar aprendizado de conteúdos da educação básica e superior em consonância com a preparação para exercer uma profissão. Essa tarefa pode ser plenamente exercida pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Serviço Social da Indústria (Sesi), Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio (Senac) e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).

O Brasil está hoje incluído entre as dez maiores economias do mundo, não obstante seus indicadores ruins em áreas essenciais, como é o caso da educação. Tal colocação mostra o potencial de desenvolvimento e, para que ele seja devidamente aproveitado, a participação da juventude é essencial. Os que estão sem estudar e sem trabalhar têm que fazer ao menos uma das duas coisas.


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