Riscos dos fogos de artifício

Riscos dos fogos de artifício

O emprego de fogos de artifício exige cautela, prudência e perícia, o que, infelizmente, nem sempre está presente nas ações de quem os manejam. Urge ter atividades de esclarecimento e de prevenção dos riscos.

Correio do Povo

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Com as proximidades das festas de Natal e de Ano-Novo, uma preocupação recorrente volta a ficar no foco das autoridades e dos segmentos envolvidos com a prevenção de acidentes. Trata-se do uso de fogos de artifício, que tantos males têm causados a aqueles que, imprevidentes, se valem desses itens e acabam agindo contra a própria saúde e a sua integridade física e psicológica, sem falar dos casos de mortes e de queimaduras graves, muitas vezes com sequelas irreversíveis. Vale aduzir que a Lei Estadual 15366/2019 proíbe expressamente o uso de fogos de artifício que produzam sons e estampidos. Estes artefatos, além de incomodar os animais indefesos com barulhos ensurdecedores, tornam-se ainda causa de transtornos e crises em idosos, enfermos, bebês e autistas.

O emprego de fogos de artifício exige cautela, prudência e legalidade, o que, infelizmente, nem sempre está presente nas ações de quem os manejam. Ainda mais que, não raro, muitas pessoas que os utilizam encontram-se sob efeito de bebidas alcoólicas, suprimindo o zelo necessário. É importante também impedir que crianças soltem os fogos para evitar tragédias ainda maiores. O que agrava esse cenário e favorece esse tipo de ocorrência é uma falsa percepção que grassa entre as pessoas no sentido de que acidentes só acontecem com os outros. Essa postura tem de ser rechaçada e somente com muitas campanhas de esclarecimentos e com o cumprimento das leis inibidoras é que será possível evitar mais vítimas dessa prática tão perigosa. Segundo o Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus), cerca de 130 pessoas tiveram ferimentos e foram internadas no país até julho de 2023. Desafortunadamente, a tendência é de incremento destes números na passagem do ano, mas há que se fazer tudo que for viável para evitar que um período de alegria venha a ter notas de tristeza, destoando dos votos de felicidades. A alegria da convivência pode perfeitamente prescindir de ações potencialmente capazes de ofuscar o brilho das festas em família.


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