Uma vacinação pioneira no mundo

Na quinta-feira, registrou-se um fato muito importante para a saúde pública do país, que passou a ser o primeiro a incorporar ao sistema público a disponibilização de uma vacina contra a dengue, doença que atinge bebês, crianças e adultos. Essa infecção pode ser assintomática ou pode apresentar sintomas que vão de febre baixa a febre alta incapacitante, com forte dor de cabeça, dor atrás dos olhos, dores musculares e nas articulações e erupções cutâneas. A partir de agora, as pessoas podem procurar o Sistema Único de Saúde (SUS) para se imunizar. Aliás, é extremamente preocupante o levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS), que aponta o Brasil como líder de uma indesejada estatística que o coloca como líder mundial de casos de dengue, com 2,9 milhões registrados em 2023 contra cerca de 5 milhões registrados mundialmente.

O imunizante, conhecido como Qdenga, já tem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) com indicação para prevenção da enfermidade causada por qualquer sorotipo do vírus para pessoas de 4 a 60 anos de idade, independentemente de que tenha ou não havido exposição prévia. A aposta na prevenção é o caminho certo para um mal que tem vitimado milhões de pessoas no planeta e causado milhares de mortes. Aos poucos, o Ministério da Saúde vai atuando para combater a desinformação e a negligência de muitas famílias, que, não raro sendo influenciadas por boatos e fake news, vão deixando de levar seus filhos para serem vacinados. O resultado disso é que chagas que já se julgava como erradicadas retornaram, a exemplo do sarampo.

Cada vez mais vai se firmando o acerto visionário dos constituintes de 1988 ao criarem o SUS, que representa um acesso universal à saúde que se tornou referência no mundo inteiro. As vacinas são a melhor exemplificação de o quanto é importante investir no bem-estar da população, que paga tributos de forma direta e indireta e, por isso, faz jus a receber a contrapartida em serviços essenciais.