Superior em tudo

Testado por dois dias, com 400 quilômetros rodados, o Mercedes-Benz GLE Coupé é diferenciado na estética e conteúdo. Esta versão insere um teto em arco cuja “caída” constante se acelera e termina na traseira curta. O conjunto define a feição esportiva do GLE. É para aqueles que acham que a juventude é eterna. A bordo do Coupé, pode ser.

A esportividade nos modelos SUV foi iniciada pela BMW que lançou o X6 em dezembro de 2007. O GLE Coupé chegou ao mercado em 2015. Apesar da diferença de idade, os dois se enfrentam pelas ruas do mundo. O modelo tem aparência agressiva, mas o GLE Coupé mostra manejo fácil e tranquila dirigibilidade.

Pressione o acelerador e o GLE vira “fera”. Graças à potencia do motor a diesel turbo, seis cilindros em linha com 330 hps. O “enorme” torque de 71.4 kgfm, passa pelo câmbio automático e sequencial de 9 velocidades. Esta força toda joga o corpo contra o banco numa intensa aceleração, mas que consegue ser suave e convida à pilotagem confortável na cidade a 1.200 giros. Mas os 5,6 segundos para sair da imobilidade até os 100 km/h, com máxima de 250 km/h, são marcas de esportivo.

A inteligência artificial está no controle adaptativo de velocidade, que permite que o GLE faça ultrapassagem sem auxílio do motorista. Há câmeras espalhadas pela carroceria que propiciam ampla visualização ao redor, com visão 360º. O interior é “Lounge” de hotel de luxo, em Paris. Com revestimentos em couro, alumínio e madeira. O plástico não entra nos habitáculos dos Mercedes há décadas. Também há refinamento estético e ergonômico nas telas de 10 polegadas que “cobrem” o painel dianteiro. Enquanto filetes em LED mudam a cor do ambiente interno. Ainda na dinâmica do veículo, a suspensão traseira “multibraços” gera impecável estabilidade lateral e direcional em todo tipo de condução.

O GLE é comida de “chef” consagrada: a “dona Mercedes”. E essa montadora não cria carros arrogantes ou excessivos. Os cria para serem os melhores.

RENEGADE S: NOVO MOTOR FAZ DIFERENÇA

Quando se estabelece uma relação de confiança e confiabilidade com um veículo, a tendência é que a percepção positiva inicial se mantenha e amplie. Passados 8 anos, o Jeep Renegade se mostra atualizado na forma e conteúdo. Foi o que aconteceu no teste realizado em dois dias, com 370 quilômetros rodados, a bordo do Renegade S, cedido pela Savarauto Jeep.

O diferencial logo se mostrou o potente motor 1.3, que rende 180 hps a gasolina e 185 hps a álcool, com torque forte de 27.5 kgfm. O pequeno e valente Jeep por muitos anos aturou a fraca performance do motor 1.8 flex Etorq, que nunca satisfez plenamente o consumidor. O teste integrou uma ida e volta à cidade de Gramado via sinuosa e perigosa BR 116. Na subida da Serra, o Renegade com tração 4x4 mostrou o costumeiro equilíbrio dinâmico ao qual foi adicionado um “coração pulsante”, que não negou torque enquanto subia a serra o que facilitava as ultrapassagens. O torque surge em baixos giros e passa tranquilo pelo cambio sequencial e automático com 9 marchas: um acerto tecnológico.

O excesso de potência recomenda acelerações suaves e controle emocional para que, em curva principalmente, evite-se a perda de controle direcional. O teste foi realizado sobre asfalto e trechos sobre terra em “linha colonial”. Ali, a tração 4x4 ampliou o agarramento ao solo.

Há conforto e refinamento estético no habitáculo, que tem volante com assistência elétrica, num peso ideal para sentir a estrada. Na BR 116, devido às vertentes, a aderência pode mudar em segundos.

Os bancos ergonômicos abraçam o corpo e o painel dianteiro com seus ressaltos bonitos e tela de 10 polegadas no centro incorporam o refinamento do design italiano. O Renegade utiliza suspensão multibraços na traseira, em conjunto com a plataforma “small wide”, com alto nível de rigidez torcional. O resultado é o notável equilíbrio dinâmico deste Jeep.