Atual prefeito de Cidreira enfrenta desafios após renúncia de Alexsandro Contini

Atual prefeito de Cidreira enfrenta desafios após renúncia de Alexsandro Contini

Elimar Tomaz Pacheco herdou uma Cidreira com instabilidade

Christian Bueller

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Substituir um prefeito que renunciou em meio a processos parlamentares, correr contra o tempo a fim de preparar a cidade para a alta temporada de verão, elaborar e aprovar leis orçamentárias vigentes e se deparar com uma sede da prefeitura interditada por problemas de estrutura. Não são poucos os desafios de Elimar Tomaz Pacheco, o então vice que está, desde 26 de novembro de 2021, à frente do Executivo Municipal de Cidreira.

Homem público de exposição pessoal comedida, o atual prefeito foi às redes sociais para prestar contas sobre os 60 primeiros dias no cargo. “Enfrentei dias muito difíceis. Conseguimos muitos avanços, principalmente na organização da estrutura administrativa, a qual acredito que ainda demande uns três meses para completar, objetivando uma gestão eficiente”, ressaltou Pacheco.

Aos 61 anos, o veterinário, que já havia sido prefeito da cidade litorânea entre 1997 e 2000 (após a passagem de Elói Braz Sessim, prefeito condenado por desviar dinheiro público), herda uma Cidreira com uma instabilidade em que Alexsandro Contini, ‘cabeça da chapa’ na gestão eleita em 2020, era alvo de denúncias de irregularidades. “A gente batia muito de frente. Nem eu, como vice, nem os vereadores, tínhamos acesso a nada. Combinávamos A, mas ele fazia B”, conta o prefeito que, desde que tomou posse, não teve mais contato com Contini.

Nos primeiros 20 dias da gestão, Pacheco conseguiu a aprovação do Plano Plurianual (PPA), Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Lei Orçamentária Anual (LOA) que, segundo ele, os atrasos na elaboração dos documentos comprometiam o futuro da cidade. Mas, as preocupações eram só o começo. “Quando assumi, a coisa era mais grave do que imaginávamos. O quadro de pessoal estava totalmente desregrado, a prefeitura era uma máquina pública inchada e ineficiente, com muitos desvios de função”, lembra.

Mesmo acometido de Covid-19, o prefeito não fugiu do compromisso de “arrumar a casa”. “Conseguimos diminuir a folha ajustando a situação de muitos servidores que tinham vantagens não trabalhadas. Agora, só pagamos horas extras para quem faz”, garante.

Outra conquista comemorada pelo prefeito na sua gestão é a Certidão de Regularidade Previdenciária (CRP), que habilita Cidreira a receber recursos do Estado. “Estava irregular de 2016. E, agora, em janeiro, assinamos importantes convênios como o Pavimenta RS, no valor de R$ 980 mil, que será destinado à duplicação e revitalização da chegada ao município, e mais R$ 650 mil também para uma duplicação”, confirmou. 

Próximos passos

Segundo Pacheco, ainda há muito o que ser corrigido e iniciado em seu mandato. “Nosso orçamento é de R$ 92 milhões e a dívida também é de R$ 92 milhões. Vou me reunir, em março, com todos os vereadores e vamos traçar um cronograma de investimento para os próximos três anos. Estamos em captação de recursos para obras na orla marítima, saúde, educação,  saneamento básico. A questão é gestão”, afirma.

Às pessoas que desconfiam das administrações municipais de Cidreira, Pacheco diz reconhecer a imagem arranhada da cidade, mas pleiteia um voto de confiança da população. “Quando assumi a prefeitura em 1997, a situação estava pior do que agora. Vamos recuperar o município nos próximos três anos. Peço participação dos cidadãos e confiança na administração atual que vai dar certo”, assegura.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895