Família de SC percorre o litoral gaúcho vendendo pipas

Família de SC percorre o litoral gaúcho vendendo pipas

“As pessoas adoram. Não tem idade”, revela vendedora

Franceli Stefani

Jocilene e a família vendem em média 30 pipas por dia

publicidade

Pipa ou pandorga? O nome não importa. Coloridas, com estampas diversas, chamam atenção de crianças e também de adultos, que passam às margens da ERS 786, em Imbé, no litoral Norte. Uma família de Navegantes, em Santa Catarina, deixa a casa e vem para o Rio Grande do Sul vender o produto nas praias, já que no Estado vizinho elas não costumam ser tradicionais como aqui. Quando o tempo não colabora e a areia não é o melhor ponto, o comércio é montado a beira da estrada.

Os objetos são dispostos ao longo da via e podem ser vistos de longe. Provocam um contraste que atiça a curiosidade de quem trafega pela via. Amarradas, umas as outras, as pipas colorem o céu e formam uma corrente de balanço, beleza e destaque. “As pessoas adoram. Não tem idade, não. Elas param para pedir o preço, para comprar e até para tirar fotos”, detalha a vendedora Jocilene Andreia Pinheiro, 32 anos. Ela conta que há quem adquire a pandorga como objeto de decoração. Coloridas, alegram salas, quiosques e quartos.

A vendedora diz que, em média, são vendidas 30 unidades por dia. “Os gaúchos curtem mais. Meu marido começou a comercialização aqui em 2008. Eu venho desde 2010. Vale muito a pena, somos bem recebidos pela comunidade”, acrescenta. Antes de chegar com as pipas - ou pandorgas - o companheiro de Jocilene, Marcos Nabil, 36, que é paulista, vendeu máquinas de barbear no litoral. Quando conheceu as pipas resolveu investir nas novidades. “Nós fazemos algumas em casa, são recortadas e coladas. Outras, essas coloridas, que podem ficar na chuva e chegam a durar cinco anos, conforme o cuidado da pessoa, são importadas. O material dela é semelhante ao do guarda-chuva e ela é costurada”, explica. Os preços variam, as artesanais custam R$ 15 e as coloridas, R$ 30.

Jocilene frisa que nos períodos frios há menos saída do produto, que, de acordo com a vendedora, não tem idade. “Normalmente o número de unidades comercializadas cai pela metade. Hoje nós vivemos só disso e não podemos reclamar. Hoje temos dois carros, o reboque que carregamos o material e serve de dormitório quando viajamos cidade a cidade, além de termos conquistado a casa própria”, detalha. “Nós já viajamos para Santa Maria, Uruguaiana, todo o litoral gaúcho, estamos sempre na estrada. Quando os meus filhos têm aula, ficam com minha mãe ou com uma responsável. Agora, que estão de férias, alugamos uma casa e trazemos conosco.”

Com um sorriso no rosto, as filhas gostam de auxiliar nas vendas. Educadas e atenciosas, atendem cada cliente que estaciona o carro e questiona sobre o produto exposto. Larissa Luciano, 12, e Raissa Luciano, 10, também gostam de brincar e correr com as pandorgas pelos campos ou praia. O pequeno Samuel Cunha, 3, já nasceu no mundo colorido dos objetos vendidos pela família. “Mesmo grávida eu andava pela praia, lá em Capão da Canoa”, relembra. Entre os desenhos que mais chamam atenção, o cachorro, o avião e o peixe. “O golfinho é o que eu acho mais bonito”, exclama.

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895