Forte calor leva banhistas às praias do Lami e de Belém Novo, em Porto Alegre

Forte calor leva banhistas às praias do Lami e de Belém Novo, em Porto Alegre

Locais da zona Sul registraram movimentação intensa na terça e nesta quarta

Felipe Samuel

Guarda-vidas operam no local desde o dia 21

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Para espantar o calor que superou os 30ºC durante o feriadão de Natall, moradores de Porto Alegre optaram pelas praias do Lami e de Belém Novo, na zona Sul da cidade. Famílias, amigos e casais aproveitaram a beleza natural da região para levar chimarrão, bebidas e comidas e se instalar com cadeiras e toalhas. Com guarda-vidas militares ocupando as guaritas desde o dia 21 de dezembro, quando foi lançada a Operação Verão, banhistas se refrescaram nas águas turvas das duas praias.

No Lami, nem mesmo o vento intenso e a sujeira da água – que recebe dejetos de um esgoto nas proximidades – impediram que dezenas de pessoas ocupassem quiosques e a beira da praia. A água rasa permitia que crianças e pais entrassem até certo ponto com segurança. Apesar de parecer inofensivo, o local recebeu quatro boias que determinam o o limite para o ingresso seguro dos banhistas. De acordo com o guarda-vidas militar Pedro Henrique Mocelin, 21, a sinalização garante que um adulto entre com segurança com água até altura do peito. "Na beira do Lami, como o banhista consegue entrar muito na água, dando pé, o pessoal não enxerga limite", observa.

O turno dos guarda-vidas militares vai das 8h30min às 19h30min. Como cada praia conta com uma guarita apenas, dois servidores permanecem no local durante todo o dia. "Sempre tem dois guarda-vidas, normalmente um patrulhando pela beira da praia e outro em cima da guarita para fazer uma fiscalização melhor dos banhistas", destaca. Mocelin ressalta que a opção pelo diálogo com os frequentadores tem sido a solução para evitar afogamentos. E o consumo excessivo de bebidas alcoólicas também é um problema. "O pessoal que avançar da boia, a gente entre e conversa, pede para ficar antes. Muitos bebem demais, saem de festa e vêm para cá", completa. A solução é conversar e orientar o banhista.

Com ambiente mais tranquilo e estrutura mais organizada, a praia de Belém Novo também atrai muitos moradores da região. No local, ao invés da areia abundante do Lami, o cenário que os banhistas encontram é composto por árvores e gramado. A entrada para a água é feita por meio de proteções de pedra ou por um trapiche. O local oferece banheiros, chuveiros e churrasqueiras para quem deseja passar o dia. Faltam quiosques. Apenas uma carrocinha de pipoqueiro passava pelo local durante a tarde.

Há três anos frequentado a praia do Belém Novo, a dona de casa Marta Ribas Dias aproveita a companhia de netos e filho à beira da orla. Instalados em cadeiras e toalhas, eles ouviam música e conversavam debaixo da sombra de uma árvore na véspera de Natal. "Venho seguido para cá, principalmente no verão. É muito bom, tranquilo", garante. Além de indicar o local a outras pessoas, ela ressalta que a região serve para reunir a família. Além de elogiar a melhoria da iluminação da região, ela lista banheiros, lixeiras, churrasqueiras e a limpeza como as principais virtudes do local. "Desde que comecei já tinha guarda-vidas. Não tem sujeira e não tem muita gente", completa.

Pelo segundo ano consecutivo, o guarda-vidas militar Vitor Hugo Silva de Oliveira trabalha no local. Ele explica que a prioridade é trabalhar na prevenção para evitar afogamentos. Como a região é frequentado majoritariamente por famílias, crianças e adolescentes, o cuidado é redobrado. "Antes da pessoa chegar a uma situação de risco, a gente já apita, orienta para retornar, para não chegar numa situação limite que a gente tenha que intervir. Priorizamos atenção ao trapiche, que é uma zona mais perigosa, onde o pessoal pula e tem pedra", salienta. "Às vezes, algumas crianças vêm brincar aqui na frente (da guarita) sem os pais e a gente dá uma atenção mais", completa.

Oliveira frisa que o tempo bom e o sol forte atraem os banhistas. No primeiro fim de semana de operação, ele estima que mais de cem pessoas tenham passado pelo local. "Sábado e domingo deu movimento pouquinho maior, deu 150 pessoas. Pessoal vem cedo e faz churrasco na redondeza. Na água entraram 50 pessoas", observa. A maior dificuldade enfrentada pelos guarda-vidas é o consumo de álcool. "Tivemos uma ocorrência com um homem alcoolizado. Apitamos e ele não ouviu", lembra.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895