Futuro da antiga colônia de férias do Banrisul em Rainha do Mar ainda é desconhecido

Futuro da antiga colônia de férias do Banrisul em Rainha do Mar ainda é desconhecido

Local foi vendido no ano passado para a D1 Empreendimentos

André Malinoski

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A antiga colônia de férias dos funcionários do Banrisul, localizada a apenas 50 metros da beira da praia em Rainha do Mar, município de Xangri-lá, foi vendida no ano passado para a construtora e incorporadora D1 Empreendimentos, de Capão da Canoa. O investimento de R$ 4,28 milhões deve transformar a área de 10.716 m², que ficou abandonada por três anos e exibia sinais de degradação. “Nunca usei a colônia, mas sei que o pessoal do Banrisul vinha muito e aproveitava”, conta a bancária aposentada Márcia Nunes, 55 anos, que passava pela frente do local. “Era um patrimônio da praia. Fico muito triste e já vim aqui tocar violino e gravar um vídeo na frente”, revela.

O local, que abriga 60 apartamentos, onde até o ex-governador Olívio Dutra costumava veranear com sua esposa Judite, e os filhos Laura e Espártaco, era conhecido pela qualidade da comida servida no almoço do restaurante, onde muitas pessoas passavam para levar marmitas para casa depois de aproveitarem a praia, e pelo campo de futebol,  atualmente sem as goleiras e sem a pintura no gramado, onde partidas eram realizadas entre os veranistas.

Também havia espaço para jogos de vôlei e, na parte interna, mesas de sinuca e pingue-pongue garantiam a diversão de crianças e adultos. Houve ainda festas e bailes no local. “A gente almoçava bastante ali no restaurante. Quando não tinha lugar aqui em casa para todos familiares, alguns dormiam na colônia”, recorda a estudante Ana Luiza, 22. Moradora da rua lateral do prédio, ela acredita que será positivo o local passar por uma reforma. “Será melhor do que deixar assim como está, faltando janelas e parte do telhado”, observa.

Construída em 1963, quando o então Banrimar foi criado, a antiga colônia de férias ficou arrendada por 20 anos, mas o Banrisul não renovou o contrato com a empresa administradora do local. Muitos políticos passaram por ali quando chegavam de helicóptero para visitar o ex-governador Pedro Simon que veraneia há décadas em Rainha do Mar. “Fico aqui cuidando e fazendo a limpeza, para não ficar tudo abandonado”, explica o segurança Jacques Espíndola da Silva, 49, que tem a companhia de um cachorro.

Conforme salienta, não tem mais nada funcionando, porém há luz, água e até sinal para internet para ele usufruir nas dependências internas da ex-colônia. “Não há projeto definido, passará por estudo de mercado. Neste momento somente entrou para o banco de terrenos”, afirmou o gerente comercial da D1, Geazi Diogines, após ser questionado sobre o futuro da antiga colônia de férias. A empresa constrói casas e edifícios de alto padrão no Litoral Norte.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895