Saiba quais são as principais alergias no verão e como se prevenir das complicações

Saiba quais são as principais alergias no verão e como se prevenir das complicações

Avaliação médica é importante para a temporada de férias poder se aproveitada da melhor forma

Lucas Eliel

Avaliação médica é importante para a temporada de férias poder se aproveitada da melhor forma

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O verão chegou e boa parte da população vai para as praias desfrutar das férias. Com as altas temperaturas em sequência, no entanto, é preciso estar atento a problemas mais suscetíveis nesta época, como alguns tipos de alergias. Se não forem tratadas, as complicações podem atrapalhar bastante os veranistas, tornando mais curta a temporada de descanso. 

Segundo a alergista do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Mariana Jobim Wilsom, é mais comum que os pacientes procurem os consultórios no período relatando queixas de picadas de inseto, dermatites de contato alérgico e urticárias. 

Corpo mais descoberto facilita a picada de insetos 

As picadas dos insetos ocorrem mais por agora porque as pessoas costumam ficar com o corpo menos coberto no verão. No inverno, por exemplo, é recorrente a população utilizar meias durante boa parte do dia, dificultando a atividade de mosquitos. As crianças e adolescentes são as que mais mencionam o problema. "A pele vai ficando marcada, e os menores, com muita coceira, acabam infectando as lesões", afirma. 

Não é fácil evitar a ação dos insetos. Conforme a médica, mesmo que as pessoas passem repelente durante o dia, eles picam na hora do sono. Contudo, o uso do dos produtos permanece importante de modo a não haver picaduras durante a maior parte do tempo. "Para quem está com casos mais preocupantes desse tipo de alergia, a imunoterapia é uma opção", assinala. 

Dermatites de contato alérgico atingem mais mulheres no período 

Já as dermatites de contato alérgico atingem mais as mulheres no verão. Conforme a especialista, elas são causadas neste momento principalmente por uma reação negativa do corpo a produtos autobronzeadores e de proteção solar. "Tem pessoas que usam determinada marca durante uma semana. As coceiras começam aumentar e elas identificam que alguma coisa não está certa", pontua. 

As dermatites de contato alérgico constituem lesões fixas, ressecadas e mais prolongadas. A erupção cutânea pode coçar muito, se limitando a uma ou mais áreas do corpo em específico. Na suspeita do problema, a médica destaca a importância de se procurar profissionais especialistas em alergia ou dermatologia para avaliação. 

Se um (a) alergista for procurado (a), um dos testes possíveis ocorre por intermédio da utilização de adesivos químicos no corpo na parte das costas. No consultório, é feita uma análise das substâncias a serem adicionados neles segundo a queixa dos pacientes. Há a opção de colocar também autobronzeadores no equipamento médico para ver se o corpo vai reagir mal. 

Durante os testes, é importante a pessoa não se expor ao sol e não deixar os adesivos se descolarem do corpo. As medicações utilizadas pelo paciente também devem ser informadas na consulta, conforme Wilsom. De acordo com ela, corticoides injetáveis, antialérgicos e anti-histamínicos para tratar as alergias atrapalham o diagnóstico correto do problema. 

Urticárias por conta do sol também afetam negativamente o dia a dia no verão 

Dentre os vários tipos de urticárias, a médica destaca dois tipos com mais ocorrência no verão: a solar, causada por uma reação ao sol, e as colinérgicas, que surgem com o aumento da temperatura corporal, comum no momento de atividades físicas.

As alterações na pele causadas por estas alergias - inchaços avermelhados, levemente salientes - são vulgaremnte chamadas de "bolhas". Diferentemente das dermatites, as urticárias não costumam ser fixas e "caminham" pelo corpo sem a necessidade de produtos químicos facilitando a migração.

Durante o atendimento especializado, a médica enfatiza que a partir da avaliação, a pessoa poderá ser informada de diferentes formas de contornar o problema. "No caso da alergia ao sol, o indivíduo poderá ter a indicação de medicamentos ou mesmo a adequação de práticas no dia a dia, como tomar banhos mais frescos evitar a alta exposição solar", explica. 

Alergias no verão em razão de medicamentos que causam fotossensibilidade também são registradas agora no verão. Nestes casos, é feito um histórico das medicações utilizadas pela pessoa para ver se alguma delas está causando o problema, e o remédio poderá ser trocado com o objetivo de trazer uma melhor adaptabilidade na estação.

As rinites na época de veraneio são menos comuns. O período que as pessoas costumam ter mais queixas é em setembro, tempo de primavera. "As próprias questões respiratórias melhoram bastante em função do clima. Existe, lógico, as pessoas que são super sensíveis a ácaros no período, mais isto ocorre em menor número", informa.

Cuidados no ano inteiro 

A especialista ressalta que não é preciso esperar o verão para se prevenir das alergias. Tomar água é sempre muito importante e ela afirma ser aconselhável não exagerar no consumo de bebidas alcoólicas. "Nessa época do ano é mais difícil fazer essa redução, mas é sempre bom fazer esse balanceamento", observa. 

No cuidado da pele, é melhor optar por produtos hidratantes com menos cheiro. O uso de sabonetes de glicerina no banho é uma opção, e ao lavar as roupas, amaciantes dermatologicamente testados ajudam no conjunto de ações de minimização das alergias. Para evitar os danos na pele causados pelo sol, os protetores solares hipoalergênicos também devem ser considerados, e é necessário ter cuidado ainda no excesso de cloro em piscinas. 


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895