Veraneio foi de retomada e aumento na circulação no comércio do Litoral Norte

Veraneio foi de retomada e aumento na circulação no comércio do Litoral Norte

Pesquisa da Fecomércio, divulgada em dezembro, já indicava melhora na região durante os meses de janeiro e fevereiro

Felipe Faleiro

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Nas ruas do Litoral Norte, a profusão de clientes indica uma satisfação dos comerciantes com a atual temporada de veraneio, cujo encerramento ocorre após o feriadão de Carnaval. A sensação de quem trabalha com o comércio e serviços é que houve um aumento no movimento, ocasionado, sobretudo, pela drástica diminuição das restrições da pandemia. Com efeito, a circulação de pessoas aumentou nas principais avenidas. As lojas estão cheias de novo, enquanto bares e restaurantes veem o movimento crescer de dia e principalmente à noite, mas com todos os cuidados exigidos.

A gerente da filial de Tramandaí de uma grande rede de confecções de Santa Catarina, Marla Souza, afirma que, no comparativo com o ano passado, houve sim um crescimento no número de clientes. Ela, porém, reconhece que o fluxo não atingiu o objetivo buscado pela rede, o que deve acontecer somente na metade de 2022 ou na próxima temporada de veraneio. “Em 2019, havíamos tido um crescimento muito bom, mas, com a pandemia, tivemos um decréscimo grande. Estamos recuperando, mas a plenitude dele ainda vai chegar”, afirma.

Marla observa ainda que nem todos os potenciais clientes estão financeiramente bem estabelecidos, o que pode justificar este resultado cauteloso. O mesmo comenta Alex Rosa, proprietário há dez anos de uma loja de óculos de sol, também no Centro de Tramandaí. “As pessoas estão vindo bastante para o Litoral, mas alternando entre o comércio da beira da praia e a parte central da cidade. A orla está roubando a cena. Aqui está tão cheio quanto lá (na beira)”, diz ele. Alex comenta que o perfil das pessoas que compram em Tramandaí é diferente, por exemplo, dos que consomem em Imbé, onde é mais forte a gastronomia, ou em Capão da Canoa, onde há maior poder aquisitivo.

A secretária Larissa Martins, a auxiliar de laboratório Gabriela Daghetti e o mecânico automotivo Rafael Martins, são amigos e moradores de Sapiranga, no Vale do Sinos. “Está tudo bem cheio, lotado. Estamos só olhando mesmo, aproveitando as praias, mas não temos nada específico em mente para comprar”, disse Larissa, enquanto todos observavam as vitrines. Como a segunda-feira era feriado em Sapiranga, em razão do aniversário do município, eles vieram passear na praia, já que não têm casa no Litoral.

Mãe e filha, a funcionária pública federal Susana Travi e a publicitária Camila Travi, de Porto Alegre, estavam à procura de roupas na loja gerenciada por Marla. Elas têm um apartamento em Tramandaí, e observaram uma grande variedade de peças. Foi a primeira vez que elas visitaram a loja. “Viemos ver umas peças novas, e estamos bastante animadas. Certamente vamos levar algumas coisas”, disse Susana, enquanto ambas separavam roupas leves para o provador.

O presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, afirma que a Pesquisa de Férias 2022, divulgada pela entidade em dezembro de 2021, já indicava uma melhora no comércio em geral para este ano. Para ele, o que se vê nos centros comerciais do Litoral confirma os prognósticos. “As pessoas, já vacinadas, estavam ansiosas para viajar, e, de fato, viajaram mais do que no ano anterior. Há uma demanda reprimida de veranistas que gostariam de ir aos restaurantes e voltar a fazer o que queriam anteriormente, ter esta vontade de aproveitar as férias”, salienta ele. A pesquisa em si mostrou que 44,6% das pessoas que pretendiam viajar e puderam comparar gastos, pretendiam gastar mais ou muito mais do que a última temporada de veraneio.

Bohn também comenta que já há maior frequência de veranistas no Litoral, e as estradas rumo a ele têm mostrado um fluxo mais acentuado. A mesma pesquisa apontou que as praias gaúchas foram ditas como principal destino dos viajantes, preferidas por 50,5% das pessoas entrevistadas. Outro fator descrito por Bohn é que a variante ômicron da Covid-19 “afeta menos as pessoas, e o tempo de recolhimento delas é menor”, de acordo com ele. “Há mais público não apenas consumindo, mas também praticando seu esporte, caminhando regularmente. De fato, penso que estamos indo para o início do fim da pandemia, até março ou abril. Está havendo uma retomada mais segura dos negócios neste momento”, disse o presidente da Fecomércio-RS.


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