Conheça os cuidados e os riscos antes de fazer clareamento dental

Conheça os cuidados e os riscos antes de fazer clareamento dental

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O cirurgião dentista Mario Sergio Giorgi, presidente da Câmara Técnica de Dentística do CROSP (Conselho Regional de Odontologia de São Paulo), explica que não existe uma regra formal para quem pode fazer o clareamento, mas o ideal é que o procedimento seja feito em maiores de 18 anos, tudo por uma questão fisiológica. É preciso que os dentes permanentes estejam formados e, antes desta idade, é possível que o esmalte ainda não esteja totalmente maturado. "Isso não impede que o dentista avalie cada caso e decida, junto com o paciente e o responsável, se o tratamento é indicado ou não", diz o especialista

O kit clareador é um agente químico que vai promover clareamento onde tem mancha – para que se tenha um bom resultado, antes de começar é preciso fazer uma avaliação com um cirurgião dentista. Se o paciente tiver cárie ou outros problemas de saúde bucal, como gengivite, é preciso tratar para depois começar o clareamento. Giorgi explicou que a boca precisa estar saudável. "O agente clareador não prejudica a saúde bucal, mas diante de um problema inflamatório, o produto pode causar danos. É preciso estar em perfeitas condições de saúde bucal", informou.

Depois de fazer os tratamentos necessários e a limpeza, o dentista vai avaliar a cor e a estrutura dos dentes para determinar se é possível fazer um clareamento, qual o número de sessões necessárias e qual pode ser o resultado alcançado. Depois de uma ou duas sessões em consultório, o paciente pode seguir com o clareamento em casa, com o uso de moldeira e gel clareador. Restaurações não podem ser clareadas. Caso exista a necessidade de trocar a resina por uma mais clara, isso deve ser feito depois que o clareamento for finalizado

A iniciativa de comprar um kit clareador e fazer o procedimento de forma caseira pode trazer sérios problemas. Os agentes clareadores são géis que foram pesquisados e testados e apresentam confiabilidade. Esses agentes só podem ser vendidos com receita assinada por um cirurgião dentista. Giorgi destacou os riscos de comprar um produto sem documentação científica e aprovação na Vigilância Sanitária. "Clarear dente não é como arear panela, que esfrega um produto e ela fica brilhando".

De acordo com o dentista, produtos piratas podem riscar o esmalte que protege o dente. Quando o dente é desgastado, não é possível recuperá-lo. Isso pode levar a uma sensibilidade muito grande, dor forte com alimentos e bebidas quentes ou frias. Além disso, existe o risco desses agentes causarem inflamações na boca ou, até mesmo, conterem produtos cancerígenos. "Esses produtos podem iniciar um processo de destruição do dente que pode se desenvolver a tal ponto que a única saída pode ser um tratamento de canal para retirar o nervo ou revestir o dente com facetas de cerâmica", alertou.

Tipos de clareamento

O que muda quando o assunto são os tipos de clareamento é o nível de concentração do agente clareador. O que é usado no consultório tem nível maior do que o usado em casa. Quem vai recomendar o melhor tipo de agente para cada caso é o dentista, depois de uma avaliação da estrutura dentária do paciente. Por isso é importante que o clareamento seja supervisionado. Uma concentração de agente muito alta pode causar sensibilidade pós-clareamento.

Nem todo clareamento chegará ao mesmo tom de branco, segundo o dentista. Isso depende da característica dos dentes de cada um e é preciso ter cuidado para não exagerar. "As pessoas querem os dentes muitos brancos, mas nem sempre isso é possível ou é bonito, é preciso avaliar a face, o tom da pele, a buscar um resultado que esteja em harmonia com as características do paciente", esclareceu Giorgio.

Receitas caseiras

Na internet, é possível encontrar uma série de receitas caseiras que prometem clarear os dentes em poucas horas ou aplicações. As possibilidades vão desde bicarbonato de sódio com pasta de dente ou limão, vinagre até cascas de frutas como laranja e banana. Giorgi explica que, além de não funcionar, essas receitas podem prejudicar os dentes, principalmente os produtos ácidos, que podem danificar o esmalte da mesma forma que os clareamentos vendidos sem aprovação da Vigilância Sanitária

Manutenção do clareamento

Quando o tratamento chega ao fim, o paciente deve se preocupar em manter o resultado. Para isso, o principal é fazer a escovação dos dentes pelo menos três vezes ao dia, de uma forma que não machuque, mas garanta a limpeza. O dentista também explica que alguns alimentos contribuem para o amarelamento dos dentes. É o caso da groselha, açaí e vinho tinto. "Esses alimentos não estão proibidos, mas o clareamento vai durar mais se, depois de sua ingestão, escovar os dentes". O que também contribui para o surgimento de manchas é o cigarro. Se não der para diminuir o uso, escovar os dentes com maior frequência pode ajudar. Se todos os cuidados forem tomados, o resultado do tratamento pode durar até 12 meses.

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