Em show apoteótico, grupo de k-pop aespa se consagra com hits e carisma

Em show apoteótico, grupo de k-pop aespa se consagra com hits e carisma

Quarteto sul-coreano se apresentou em São Paulo na última segunda-feira (11)

Correio do Povo

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As notas iniciais da eletrizante canção “Girls” ecoaram pontualmente às 20h30 no Espaço Unimed, em São Paulo, nesta segunda-feira (11), para provar, de uma vez por todas, que o girlgroup formado por Karina, Giselle, Winter e Ningning é de fato um fenômeno. Entre nuvens de fumaça e efeitos incríveis visuais, o quarteto sul-coreano aespa subiu ao palco causando uma verdadeira catarse coletiva na eufórica plateia que aguardava ansiosamente — confirmando, quase de forma instantânea, que o encontro entre o grupo e o público seria inesquecível.

Com ingressos esgotados em tempo recorde, definitivamente não é uma surpresa que os MYs [nome oficial do fandom do aespa] sejam extremamente passionais: nem mesmo o sol escaldante e a alta temperatura registrada na capital paulistana foi o suficiente para impedir esforços para garantir o lugar mais próximo possível das integrantes. Já nas primeiras horas da manhã, milhares de fãs vindos de diferentes regiões do país se concentraram em filas gigantescas — com direito de acampamento em frente ao local do show.

E toda a expectativa por parte do público valeu a pena: aespa fez da turnê “SYNK : HYPER LINE” uma ode à intensidade e ao carisma. O característico hyperpop que fundamenta a sonoridade do grupo ganha um tom mais entusiástico e, agora, sintetizadores cedem espaço para uma sinfonia de violinos misturados com solos de guitarra performados por Winter.

De branco e vestidas de forma combinada, aespa esbanja sincronia nas coreografias enérgicas. A resposta imediata do público, além de cartazes, bandeiras, faixas e lightsticks ao alto, chega com mais força através dos gritos estridentes e uma cantoria poderosamente em uníssono ao ponto de sobrepor com facilidade as vozes das integrantes. A recepção calorosa não passou despercebida pelas meninas, que se surpreenderam com a comoção descomedida dos fãs brasileiros na sequência extasiante de “ænergy”, “I’ll Make You Cry” e, para fechar o primeiro bloco de canções, o smash hit “Savage”. 

Se durante as performances é apresentado um aespa explosivo e feroz, é nas pausas para interagir com os fãs que uma outra perspectiva do grupo é manifestada: aqui, o carisma individual de cada integrante brilha por si só. Com muitos sorrisos, brincadeiras e pose para fotos, o grupo se arriscou timidamente a falar português com um singelo “Olá, somos o aespa” que levou o público ao delírio. 

Indiscutivelmente, Karina vive sob o título de ser a dançarina principal do grupo. É em “Menagerie”, sua canção solo, que a integrante capta para si todos os holofotes: sozinha no palco, a performance é totalmente focada na linguagem corporal da artista que executa os movimentos com elegância e ímpeto. 

Em direção oposta das estratégias mais frequentemente usadas na indústria do k-pop, que miram os lançamentos para singles individualizados, o aespa se destaca por ter uma discografia fundamentada nos mini-álbuns “Savage” (2021), “Girls” (2022) e, o mais recente, “MY WORLD” (2023). Com tanto material produzido, também sobra espaço para o grupo apresentar as poderosíssimas b-sides — todo o experimentalismo futurista de “Illusion”, o r&b de “Thirsty” e a hipnótica “Lucid Dream” — que são cantadas com entusiasmo pela plateia.

“Lips”, no momento solo de Winter, parece ter sido feito sob medida para realçar ainda mais toda sua potência vocal. Em um dos raros momentos de silêncio por parte dos fãs, que dessa vez pareciam mais interessados em apenas apreciar a balada carregada por piano ao invés de gritar, levantaram as lanternas dos celulares e  lightsticks em movimentos sincronizados com a música. “Senti como se as luzes que vocês acenderam fosse uma constelação”, declarou Winter, que é considerada a integrante mais tímida do grupo.

Depois de emendar com “Life’s Too Short”, o ápice da euforia coletiva foi com a magistral e etérea “Welcome To MY World”. A canção, que é um experimento do aespa com a sonoridade dream-pop, também serve para mostrar a versatilidade artística do grupo em ser muito bem-sucedido em flutuar em dinâmicas mais introspectivas — ou, no mínimo, na tentativa. Em um ponto da noite, Karina, entre sorrisos, mencionou o fato dos fãs cantarem mais alto do que elas próprias: “Nós ficamos surpresas com o quão quentes e apaixonados vocês estão desde a abertura. Foi a resposta mais alta e entusiasmada que ouvimos entre todas as cidades até agora”, disse, sob gritos.

O solo da Giselle, na sensual “2HOT4U”, foi aclamado do início ao fim. Ela, que se mostrou como a integrante mais extrovertida e comunicativa, se divertiu em cada segundo da performance. Com o icônico vestido vermelho, além de entregar conceito na coreografia, também expôs toda sua habilidade nas linhas de rap.

No intervalo entre as músicas, o carisma do quarteto se intensifica. Ainda arriscando algumas palavras em português, elas revelaram que, no curto período de tempo que estiveram no país, puderam provar duas especialidades da culinária brasileira: brigadeiro e pão de queijo.

A segunda parte do bloco de b-sides, com “YEPPI YEPPI” e “YOLO”, foi um prenúncio para a sequência triunfal dos mais recentes sucessos do grupo: “Hold On Tight”, “Spicy” e “Better Things” — e a gritaria dos fãs, que já era intensa antes mesmo do próprio início do show, agora atinge o seu máximo. Para surpreender as meninas, o fandom brasileiro organizou notas de dólares de papel personalizadas com o rosto de cada integrante para serem jogados no palco durante o verso “aespa big girls, making money”. 
 


Já se aproximando do final, o último solo fica por conta de Ningning. Apesar de ser a mais nova do grupo, a artista mostra que o mote da canção é a confiança emanada no hip hop urbano de “Wake Up”. Agora, as palavras e gritos de incentivo vindos do público ganham um novo sentido: o de desejar uma boa recuperação, já que Ningning enfrentou problemas de saúde no show anterior e era alvo de dúvida sobre a presença no Brasil. Ainda que tímido, o agradecimento da integrante chinesa amoleceu todos os corações do fandom.

Após mais de uma hora e meia de show, o aespa ainda tinha energia de sobra para entregar o sequência mais arrebatadora da noite: os poderosos hits “Salty & Sweet”, “Next Level” e “Black Mamba” fizeram o chão do Espaço Unimed tremer com a exaltação do público que se dividia entre cantar, pular e gritar.

No encore, as integrantes subiram novamente ao palco para cantar as doces baladas “‘Till We Meet Again” e “ICU” e interagir de forma ainda mais próxima. Os fãs aproveitaram a oportunidade para levantar sincronizadamente cartazes com o recado em coreano: “Mesmo quando todas as luzes estão apagadas e a noite escura chega, os MYs vão até vocês”. 

Para completar, o fandom também entregou cartas, figurinhas, bandeiras, camisetas e pelúcias simbolizando o carinho da fanbase — e as meninas se divertiram vestindo os adereços que foram jogados e, principalmente, fizeram questão de abraçar a bandeira do Brasil e declarar amor aos fãs brasileiros.

E é justamente nesse circunstância que a maior evidência sobre o momento do grupo é revelada: com apenas três anos de trajetória, elas que rapidamente conquistaram o título de líder da quarta geração do k-pop e construiram uma intensa e incondicionalmente fiel base de fãs ao redor do mundo, vivem o seu mais completo auge. O aespa, tanto nos talentos individuais quanto coletivos, se mostra maduro e consciente do momento de ápice que se apresenta no horizonte. 

Intensificado especificamente pela energia dos MYs brasileiros, o resultado foi um show apoteótico, intenso e, por muitas vezes, emotivo. Se no palco havia quatro jovens garotas que genuinamente se surpreenderam com a recepção calorosa, na plateia lotada havia um fandom que aguardou ansiosamente durante anos por esse encontro — e o resultado dessa união vai ficar marcado na memória de todos que estiveram ali presentes.


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