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Maneva entrega um show vibrante aos fãs em Porto Alegre

Banda paulista apresentou 27 músicas durante 1h45min para mais de 3,5 mil pessoas no Araújo Vianna

Auditório Araújo Vianna recebeu mais de 3,5 mil pessoas para celebrar os 20 anos da banda Maneva
Auditório Araújo Vianna recebeu mais de 3,5 mil pessoas para celebrar os 20 anos da banda Maneva Foto : Ana Luiza Barbosa / Especial / CP

A banda Maneva sabe fazer o público vibrar com cada música e interage com os fãs de uma forma clara, afetiva e empolgante. Isto ocorre há 20 anos desde que foi formada em 2005. Quatorze discos depois e mais de 4 milhões ouvintes mensais no Spotify e um Grammy Latino em 2021 por “Lágrimas de Alegria”, a banda decidiu fazer um show de duas décadas intitulado “Maneva – 20 Anos – Origem”. Esta apresentação chegou nesta sexta-feira, 10 de outubro, à noite, no Auditório Araújo Vianna lotado com mais de 3,5 mil pessoas, que incansavelmente pularam, vibraram, cantar todas as 27 músicas e dançaram durante 1h45min, das 22h às 23h45min, voltando para casa com a sensação de que com as músicas do Maneva a vida pode valer a pena e ter mais vibrações positivas.

E foi às 22h, com aquela contagem progressiva de 20, simbolizando os anos da banda, que o quinteto mais amado reggae brasileiro entrou no palco do Araújo Vianna, com Tales de Polli (guitarra e vocal), pedindo vibração para a galera e logo Fernando Gato (baixo), Felipe de Sousa (guitarra), Fabinho Araújo (bateria) e Diego Andrade (percussão) estarem no cenário posicionados de forma mais aberta para valorizar o telão de LED ao fundo e um grande tapete no meio do palco. Foi com “Saudades do Tempo” que a noite vibrante começou. “Saudades do tempo, dos velhos momentos, dos anos passados que foram com o vento”. Em boa parte da música, Tales deixa o público conduzir a cantoria. A troca sempre generosa da banda com seus fãs. Depois vieram, ‘Lágrimas de Alegria” e “Incenso”, faixa do disco mais recente “Origem” (2024), incensando ainda mais a relação da banda com as pessoas que os acompanham há duas décadas, pois todos os fãs com os quais eu conversei antes e depois do show conhecem a banda desde o início, numa fidelidade infinita.

E os sucessos foram se empilhando como “Daquele Jeito”, “Banco de Areia” e Me Leva” nesta escolha de repertório que teve os hits clássicos também as canções de cunho pessoal de cada um, pois os integrantes da banda escolheram uma música que não podia faltar, daquelas consideradas Lado B. “Dos 14 discos, cada um dos integrantes da banda escolheu a sua preferida. A minha é esta aqui”, disse Tales. E foram ouvidos os acordes de “Cabelo Bagunçado” com o vocalista entoando “Teu cabelo bagunçado combina com a vida/ Teu jeito é brisa leve que refresca o dia/ A tua inocência sempre me ensina” para a seguir rolar aquele refrão emocionante: “Vem sol, vem só”.

Muitas vezes, Tales puxou as vozes dos fãs, combinando quando seria o “aaahhh” ou o “ioioiô”, elogiando a força da galera gaúcha e dizendo que é por isso que eles sempre voltam aqui, que a cada show eles sentem mais esta unidade com o público. Antes de “O Destino Não Quis”, Tales perguntou se as pessoas da plateia gostariam de sofrer um pouco por alguns minutos, pois “o destino não quis a gente junto pra sempre, mas foi um privilégio me encontrar com você”. E aí vieram também “Lembranças”, “Êxodo”, “Luz que Me Traz Paz” e “Promete”, com Tales pedindo para o público prometer que sempre vai estar junto com eles, enquanto eles compuserem músicas e estiverem nos palcos da vida.

Entre uma música e outra, Tales falou de amor e disse que para amar o outro o mais importante é ter autoconhecimento. “Quando a gente se conhece melhor, é mais fácil amar o outro. Precisa se conhecer melhor para conhecer o outro”. Quando ele foi apresentar a banda, ao final do show, disse que Fabinho Araújo será papai em breve e que Diego Andrade não será mais pai, pois já tem dois e fechou a torneira. E aí vieram mais duas clássicas, “Seja para Mim” e “Vá Viver”. Depois tudo virou reggae, pois eles tocaram quatro músicas do disco de 2023, “Tudo Vira Reggae”, que teve uma versão ao vivo logo depois. Fazer releituras em reggae de grandes músicas brasileiras também é um dos motivos que faz com que os fãs de todos os gêneros gostem do Maneva, pois sentem que eles não se prendem só ao seu feudo, mas estão sempre dispostos a trocar na música. Aí vieram “Anunciação”, “Garotos”, “Péssimo Negócio”, “Uma Brasileira” e “Deixe-me Ir/Tem Café”, e segundo Tales e a banda, “tá quase na hora de pular e vocês já sabem qual é”, pois “tem café, mas prefiro um chá que é para relaxar” e os fãs sabiam mesmo, estavam em êxtase, com a vibe mais positiva do mundo. Em “Meu Pai é Rastafar-i”, aquelas famosas músicas narrativas, seria o Faroeste Caboclo do Maneva, pois o filho vai atrás do pai no Maranhão e ele está de boa e pede para o filho relaxar e fumar algo, coisa que ele não deixava o filho fazer quando ele morava em Sampa. E nesta música, o solo de Felipe Sousa é praticamente metaleiro, com os timbres mais agudos prevalecendo no início do braço da guitarra.

As duas últimas músicas foram a apoteose regueira, pois “Pisando Descalço”: “Escuto meu coração, pois a minha razão muitas vezes atrapalha o meu pensar, e ele me trouxe o discernimento justo no momento em que pensei parar, saí do dilema, entre o asfalto duro e olhar paredes, prefiro cantar, hoje na natureza, não importa a feira, é dia de doideira e não de trabalhar”. Os 3,5 mil fãs sentiram o som e o groove do Maneva e aí foram pular como se não houvesse amanhã em “Tô de Pé” em que o Maneva deu a resposta a quem chamam os regueiros de loucos, de vagabundos, de maconheiro, pois “o vagabundo tá de pé” e é revolucionário e está mudando o mundo. O show terminou após 1h45min, com o público em estado de graça e a banda ficou uns 4 minutos no palco, fazendo reverência a esta relação afetuosa com o público, distribuindo baquetas e palhetas para a galera. “Vocês são f... pra c....”, disse Tales, com aquelas palavrinhas que recebem o sinalzinho pi nas tevês e vídeos.

Depois de Porto Alegre, a turnê de 20 anos passa ainda por São Leopoldo, neste domingo, às 18h no Aldeia Sesc Capilé, que está sendo realizado desde quarta-feira na Praça do Imigrante. A banda ainda toca este mês em Curitiba (dia 17), Areia Branca/RN (18) e Rio de Janeiro (19). No dia 5 de novembro, o quinteto se apresenta em Buenos Aires no C Art Media e no dia 22/11, em São Paulo. A série de apresentações teve início em abril, em São Paulo, e já passou por festivais como Virada CulturaL, João Rock, Coolritiba e ID Rio.

SETLIST TURNÊ “MANEVA, 20 ANOS, ORIGEM”
AUDITÓRIO ARAÚJO VIANNA - PORTO ALEGRE - 10/10/25

  1. Saudades do Tempo
  2. Lágrimas de Alegria
  3. Incenso
  4. Daquele Jeito
  5. Banco de Areia
  6. Me Leva
  7. Cabelo Bagunçado
  8. Não Vá Dizer Que Não
  9. Nuvens do Amanhã
  10. O Destino Não Quis
  11. Lembranças
  12. Luz Que Me Traz Paz
  13. Êxodo
  14. Vestido de Seda
  15. Promete
  16. Reviso Meus Planos
  17. Soma
  18. Seja Para Mim
  19. Vá Viver
  20. Anunciação
  21. Garotos
  22. Péssimo Negócio
  23. Uma Brasileira
  24. Deixe-me Ir/Tem Café
  25. Meu Pai é Rastafari
  26. Pisando Descalço
  27. Tô de Pé

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