Após receber o Troféu Redentor de Melhor Ator no Festival de Cinema do Rio pelo seu trabalho no filme Ato Noturno (Marcio Reolon e Filipe Matzembacher), o ator Gabriel Faryas, volta a Porto Alegre para apresentações do seu espetáculo solo “"Corpocidade"”, em curta temporada no Teatro Renascença. Faryas protagoniza e assina a dramaturgia, que tem direção de Thiago Pirajira.
"Corpocidade" mistura teatro e dança para investigar as coreografias invisíveis da vida urbana e nasce em meio ao concreto, ao ruído e às pequenas histórias que se cruzam no dia a dia. A nova temporada ocorre no Teatro Renascença, em Porto Alegre, com sessões nos dias 25 e 26 de outubro, 31 de outubro, 1º e 2 de novembro, sextas e sábados, às 20h, e domingos às 18h. Serão somente dois finais de semana. Os ingressos estão na Sympla.
A narrativa acompanha Guilherme, um homem que, em meio à pressa cotidiana, perde um pequeno objeto e passa a atravessar toneladas de pedras — e memórias — em busca do que se foi. O gesto de procurar se torna metáfora para o mergulho interior de quem tenta reencontrar-se no meio do caos. “Deseja reencontrar, nem que tenha que engolir a cidade”, anuncia a sinopse. Entre sutilezas e monstruosidades, "Corpocidade" propõe uma reflexão sobre a influência da cidade em nossos corpos e a maneira como nossos gestos cotidianos também desenham as ruas, as praças e os silêncios. “Tenho interesse em estudar a urbanidade e como ela influencia a nossa subjetividade”, diz Faryas.
Entre sutilezas e monstruosidades, "Corpocidade" propõe uma reflexão sobre a influência da cidade em nossos corpos e a maneira como nossos gestos cotidianos também desenham as ruas, as praças e os silêncios. “Tenho interesse em estudar a urbanidade e como ela influencia a nossa subjetividade”, diz Faryas.
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“Me interessa o pequeno, as micro-histórias que povoam essas urbes gigantescas. As coreografias que percebo numa estação de trem, as conversas dentro do ônibus, o som da feira. Há muito de interessante e criativo vindo do cotidiano.” Para o artista, o corpo é linguagem e território. Por isso, o espetáculo nasce na fronteira entre teatro e dança — um lugar onde as palavras se movem e o movimento fala. “No cotidiano das cidades há dinâmicas não ditas, relações de poder e influência que não são verbalizadas, apenas percebidas pelos corpos. É nesse espaço sutil que "Corpocidade" se inscreve”, completa.
O diretor Thiago Pirajira descreve o processo como um “exercício de transposição” entre dramaturgia e corpo. “O trabalho de direção vem dialogando com o texto e trazendo para a cena as imagens que compõem as paisagens da cidade. É nesse gesto de tradução — do urbano para o sensível — que habita o ímpeto criativo do espetáculo”, afirma. Criado em 2024, "Corpocidade" é fruto de um percurso de deslocamentos e escutas: uma dramaturgia escrita em trânsito por diversas cidades brasileiras, entre a solidão e a coletividade, o ruído e o respiro, o humano e o concreto.