MPF recomenda abertura imediata do "Queermuseu" em Porto Alegre

MPF recomenda abertura imediata do "Queermuseu" em Porto Alegre

Santander Cultural tem prazo de 24 horas para responder se acata ou não decisão

Correio do Povo

Mostra foi encerrada no início de setembro após protestos

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O Ministério Público Federal do Rio Grande do Sul (MPF-RS) recomendou, no fim da tarde desta quinta-feira, que o Santander Cultural deve reabrir imediatamente a exposição “Queermuseu – Cartografias da diferença da arte brasileira”. De acordo com o órgão, o museu deve seguir com a mostra até a data que estava prevista originalmente. O MPF deu o prazo de 24 horas para que Santander responda se vai acatar ou não da decisão.

• Grupos contra e a favor da exposição "Queermuseu" protestam em Porto Alegre

O MPF também recomendou que o Santander Cultural realize a nova exposição em proporções e objetivos similares a que foi interrompida, preferencialmente com temática relacionada à diferença e à diversidade, e que seja aberta aos visitantes em período não inferior a três vezes o tempo em que a “Queermuseu” permaneceu sem visitação. Em compensação pelo período em que a exposição ficou fechada. 

A Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão ressaltou que os organizadores da exposição podem adotar medidas informativas a infância e adolescência no que diz respeito a a representação de nudez, violência ou sexo nas obras, garantindo a segurança das obras e dos visitantes.

Na recomendação, o procurador da República Fabiano de Moraes, procurador regional dos Direitos do Cidadão, afirmou que "o precedente do fechamento de uma exposição artística causa um efeito deletério a toda liberdade de expressão artística, trazendo a memória situações perigosas da história da humanidade como os episódios envolvendo a 'Arte Degenerada' (Entartete Kunst), com a destruição de obras na Alemanha durante o período de governo nazista".

Segundo o MPF, "as obras que trouxeram maior revolta não tem qualquer apologia ou incentivo à pedofilia, conforme foi divulgada pelos promotores de Justiça do Ministério Público do Rio Grande do Sul com atribuição na garantia dos direitos das crianças e dos adolescentes que estiveram visitando as obras".

Mostra foi fechada após críticas 

A Queermuseu havia sido aberta ao público em 15 de agosto e teve como proposta explorar a diversidade de expressão de gênero e a diferença na arte e na cultura em períodos diversos da produção artística. A exposição, que adotou um modelo não cronológico de disposição, propunha desfazer hierarquias e mostrar que a diversidade surge refletida no modelo artístico, observada sob aspectos da variedade e da diferença.

A exposição reunia mais de 270 obras de 85 artistas, oriundas de coleções públicas e privadas, que percorrem o período histórico de meados do século 20 até os dias de hoje.

A mostra foi encerrada 28 dias antes do previsto após manifestações contrárias na página do Facebook. Diante das críticas, o Santander emitiu uma nota oficial em que esclarecia os objetivos da mostra, além de repudiar a pedofilia e o preconceito.

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