Pandemia faz com que cultura lide com uma nova realidade

Pandemia faz com que cultura lide com uma nova realidade

Com estabelecimentos fechados, opções de entretenimento resumem-se àquelas oferecidas por meios virtuais

Carlos Correa e Caroline Grüne

Espaços culturais são afetados pelo novo coronavírus

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Ao longo de todo aquele 5 de março, fez calor em Porto Alegre, beirando os 30ºC em alguns momentos da tarde. À noite não foi exceção, e portanto, não era surpresa alguma que, pouco antes das 22h, a grande maioria das pessoas na fila na rua João Telles, no bairro Bom Fim, carregassem um copo de cerveja ou uma garrafa d'água enquanto esperavam para entrar.

Pouco depois, já dentro do bar Ocidente, era possível contestar a lei da física que prega ser impossível dois corpos dividirem o mesmo espaço, tamanha a lotação do lugar. Enquanto se apresentavam a Graforréia Xilarmônica e a Ultramen, duas bandas consagradas no cenário local, na pista restava ao público aproveitar o show sem alguns privilégios, como o de ter espaço para esticar os braços e dançar sem parecer que se estava em ponto de ebulição.

Mesmo assim, ninguém reclamou, muito pelo contrário, todos saíram de lá pouco por volta de 1h30min certos de terem testemunhados um daqueles shows históricos de Porto Alegre. O que ninguém imaginava é que muito provavelmente aquele havia sido um dos últimos espetáculos com tanta gente em um futuro próximo.

Quatro dias depois, era confirmado o primeiro caso de Covid-19 no Estado. Depois disso, não tardou muito para que os parâmetros de normalidade fossem virados de cabeça para baixo e que grande parte das opções de entretenimento, como música, bares e baladas, cinemas, teatros e outros espaços culturais, ficassem guardadas apenas como uma lembrança

Sem aviso prévio, a cidade se viu presa a uma nova realidade. Veio a quarentena e com ela, a necessidade de ficar em casa. Com a maioria dos estabelecimentos fechados, as opções culturais e de entretenimento resumiram-se àquelas oferecidas por meios virtuais: ao invés de sair com os amigos, restou uma videochamada; ao invés de um show, restou uma live.

Para quem estava acostumado com um happy hour na Cidade Baixa no fim da tarde de quinta-feira, um encontro entre os amigos na João Telles na sexta à noite ou um lançamento nos cinemas no final de semana, a esperança é de que o pesadelo termine o quanto antes e a normalidade seja retomada.

E aí começam os problemas, porque nossos parâmetros foram revirados de cabeça para baixo pelo novo vírus e o termo "normal" ganhou novos significados. E se não é fácil apontar quais caminhos virão pela frente, especular sobre quando isso acontecerá não é menos difícil.

Para entender quais serão os fatores chave em uma esperada retomada em termos de opções de entretenimento, o Correio do Povo conversou ao longo das últimas semanas com artistas, produtores, técnicos, assim como responsáveis por locais de shows, festas, bares, cinemas, teatros e espaços culturais da Capital.

Em comum, a esperança de que a cultura dê os primeiros passos em direção a um recomeço ainda em 2020. No entanto, há uma visão praticamente unânime de que está claro que a Covid-19 estabeleceu um ponto disruptivo que obrigará o público a lidar com uma nova realidade e que talvez seja preciso um pouco mais de paciência do que se imagina e a consciência de que a liberação para que os espaços reabram não significa que eles voltem a ser frequentados como antes no curto e médio prazo.

Confira a situação da música

Veja a situação do cinema

Veja a situação dos bares e baladas

Confira a situação dos teatros

A situação dos espaços culturais


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