Nesse fim de semana, mais uma edição do Rap in Cena movimentou a cultura no Estado. Segunda a organização do evento, nos dias 18 e 19 de outubro, mais de quarenta e um mil pessoas passaram pelo Parque Harmonia e foram contagiadas pela energia do maior festival de hip-hop do país, que, mais uma vez, mostrou ao Brasil potência do movimento gaúcho.
A música tomou conta do palco principal, com grandes rappers nacionais como estandarte. Djonga, BK, Duquesa, Tasha & Tracie e Poze do Rodo foram algumas das atrações que deram peso ao line-up da edição. No espaço central do Rap in Cena, esses nomes consolidados foram bem acompanhados: personagens relevantes da cena local - da nova e da velha guarda - tiveram seu lugar garantido frente às milhares de pessoas. E alcançaram uma visibilidade que, muitas vezes, é insuficiente quando se fala da cultura construída com a força da periferia.
Durante dois dias, o rap esteve em cena, mas não somente. Cada um dos cinco elementos do hip-hop se manifestou nos diferentes ambientes do festival. O Breaking e as batalhas de rima estiveram lado a lado do rap na programação do festival, com duelos finais no grande palco. A Batalha do Olimpo recebeu no ringue uma diversidades de MCs que, sobre os gritos de “sangue”, mostraram seu talento e trocaram versos afiados. Na pista de dança, artistas experientes e iniciantes mostraram seu movimentos e sua intimidade com o beat, enquanto o público fazia muito barulho para a batalha.
“A ideia de ter o palco, essa arena breaking, é justamente para mostrar toda a parte cultural do hip-hop, que não se resume somente ao mainstream e à parte grande do palco, que é super da hora. Mas também mostrar que tem na cultura hip-hop a dança breaking”, menciona o coordenador da arena William Footwork Squad.
Na Vila Olímpica, o esporte ganhou protagonismo, com quadra de basquete, pista de skate e um ringue, que foram abrigo tanto para competições quanto para lazer. Diretor da Alvo associação Cultural e organizador da pista, Jean Andrade comenta sobre a relação entre o skate e o hip-hop: “A gente fala que o skate é uma cultura. Então, nada mais certo do que o skate estar presente no maior festival de hip-hop do país. Porque são culturas que se encontram, a cultura do centro das grandes cidades como Porto Alegre”.
Como forma de incentivar iniciativas independentes, a Feira Multiempreendedorismo também ajudou a compor o ambiente do festival, em uma proposta que busca impulsionar marcas estaduais. Eduarda Erdmann, idealizadora da Ulpa Lupas, expôs na feira e destaca que várias pessoas conheceram seu trabalho a partir do Rap in Cena. “Acho que é fundamental esse movimento para que a gente fortaleça aqui mesmo, na região, os comércios do Sul.”
Rap in Cena
*Sob supervisão de Luiz G. Lopes