“É através da mulher que a mudança vai acontecer, e com o homem do lado”, diz Luiza Trajano no South Summit

“É através da mulher que a mudança vai acontecer, e com o homem do lado”, diz Luiza Trajano no South Summit

Empresária participou do evento “Woman at South Summit” e falou sobre o papel das mulheres no futuro dos negócios

Mariana Paz

Luiza Trajano participou do evento exclusivo para mulheres no South Summit

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Após uma sequência de palestras com mulheres empreendedoras, foi a vez de Luiza Helena Trajano compartilhar sua história no Woman at South Summit, primeira edição do painel exclusivo para mulheres no South Summit.

A empresária, que comanda a rede de varejo Magazine Luiza, iniciou sua apresentação com dados sobre mulheres em papel de decisão: “Nós, mulheres, somos mais de 50% da população brasileira, mas apenas 17% no legislativo federal. Queremos mudar esse jogo.”

Luiza conduziu a palestra fazendo uma relação sobre as diferenças de criação entre homens e mulheres. “Nós ficamos muito atrás, agora precisamos dar um salto. Homens foram criados numa gestão muito mecânica. Não podia falar que não sabia, que errou, que tem filho no hospital, por exemplo.”

Ela acredita que a pandemia trouxe a oportunidade de melhorar estes aspectos. “Alguns sinais indicavam que precisávamos sair do automático no meio corporativo, precisava falar que não estava feliz. E naquela época já existia um movimento para mudar isso, as chamadas ‘empresas boas para trabalhar’. A covid trouxe muita coisa triste. Deu muito desemprego. Mas em compensação, surgiu a gestão orgânica”, diz.

O pós-pandemia traz um cenário diferente: jovens querem trabalhar em empresas que têm propósito, que se preocupam com o bem estar dos funcionários. “Mas quem está preparada para isso? A mulher. Se você elogia uma mulher, ela fala que comprou na liquidação. Tem que falar muito obrigada. Tem que falar que estamos preparadas.”, afirma.

Para Luiza, a jornada ativa tanto nos negócios quanto na vida pessoal só é possível porque a empresária diz estar “inteira”. Em linhas gerais, explicou que durante sua trajetória, “aprendeu a tocar na banda e não ver a banda passar”, ou seja, focou em trabalhar e dedicar-se no que acreditava. Com um sorriso largo no rosto, ela diz que a “maior alegria é ver o propósito da gente. É o que nos move.”

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A empresária ressalta que o dinheiro não pode ser o protagonista e que essa já é sua marca registrada: “Meus filhos brincam: ‘não dá uma ideia para a minha mãe que tu sai com um serviço.” Quase ao final da palestra, Luiza afirma que chegou o momento da mulher e que o próprio modelo de gestão da está de acordo e brinca: “O negócio é não brigar com homem.”

Ao longo de sua vida, Luiza enfrentou diversas salas cheias de homens e muitas vezes precisou se impor para ser ouvida. “Se eu levanto a mão e digo ‘eu acho que você tem que me ouvir’ eu nunca saía do lugar, seja com político ou quem quer que seja, eu não saía sem falar o que tinha que falar”.

A empresária conclui afirmando que a população não está aceitando mais a desigualdade e que as mulheres precisam ocupar seus lugares. “É através da mulher que a mudança vai acontecer, e com o homem do lado. É preciso que o feminino ande lado a lado com o masculino”, afirma.


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