Evento exclusivo para mulheres no South Summit reúne cerca de 200 empreendedoras
1º Women at South Summit destacou a importância da representatividade feminina em espaços de tecnologia e inovação
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Um evento exclusivo para o público feminino fez sua estreia nesta quinta-feira na programação do South Summit. Reunindo cerca de 200 mulheres, a primeira edição do Women At South Summit aconteceu no Corner Stage.
No primeiro painel, a fundadora da marca South Summit, Maria Benjumea, falou que é preciso ter mais mulheres em eventos como este. “Diversidade e inclusão precisam caminhar juntas”, afirmou.
Avó de seis netos, a fundadora do South Summit se denomina “startupera” e revela que o empreendedorismo chegou um pouco mais tarde para ela. “Me prepararam para casar e cuidar da família, sem muita formação”, conta. Maria diz que para uma mudança real acontecer, é necessário uma transformação da sociedade, mas principalmente de mudança de mentalidade. “Se você quiser, você pode. Acreditar e trabalhar. Trabalhamos juntas para convencer outras mulheres de que é possível.”
A secretária de Inovação e Tecnologia do Rio Grande do Sul, Simone Stulp, também vivenciou experiências parecidas com as de Maria. Durante sua graduação em Engenharia, estudou com homens, em sua maioria, e afirma que o movimento da mulher ocupar estes espaços predominantemente masculinos é necessário. “Se continuarmos da forma como estamos lidando com estas questões, vamos levar quase 136 anos para que o mercado alcance a igualdade no mercado de trabalho.”
“Qualquer uma de vocês poderia estar falando aqui no palco. Uma sobe e puxa a outra”, afirmou a secretária. Para finalizar o painel, a host Tássia Skolaude convidou a todas para levantar e cumprimentar uma mulher que não conhece, provendo networking.
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Construindo igualdade de género através da inovação
O segundo painel do evento reuniu quatro mulheres para debater a temática da igualdade de género e inovação. A mediadora, Chris Pelajo começou convidando a plateia a utilizarem meias coloridas, um pé de cada cor, e a postar em suas redes sociais. O movimento serve para elucidar o Dia Mundial da Síndrome de Down, celebrado nesta quinta, 21 de março.
Depois, a empreendedora do mundo gamer Lizi Quadros destacou que é necessário ter apoio de rede de investimentos para alavancar negócios femininos e complementou: “Vão pensar se uma mulher negra é capaz […] é um problemão que precisamos olhar”.
Lizi traz para o debate a questão das mulheres que empreendem mas não se veem como empreededoras. Geralmente, são aquelas que sustentam a família, vendendo pães, bolos, e que não imaginam que isso é empreender. “Pedem ajuda para o banco e não recebem apoio. Essas pessoas estão fora desse negócio”, diz.
Abordando a área de tecnologia, Lizi conta que o setor carece de entendimento. “Quando você tem um negocio tradicional, uma padaria que vende bolo, você pode contar com o Sebrae. Mas quando se é mulher, negra e dessa [tecnologia], a situação é diferente.”
Por experiência, a empreendedora diz que negou alguns investidores por eles não entenderem a profundidade do tema. “Muitos deles não entendem que não é só investir, mas que estão investindo em mulheres negras na tecnologia.” afirma.
O que precisa e pode mudar?
Indagadas sobre como colocar ações na prática, a vice-presidente de digital Business do Banco do Brasil, Marisa Reghini, afirmou que não existe inovação sem diversidade. Ela enfatizou, ainda, que existem linhas de créditos especificas para empreendedoras e que é necessário mudar a cultura e o mindset. “Que crença inconsciente existe em nós que não consegue?”, questiona Marisa.
Erica Fridman, fundadora da Sororitê, aborda que existem muitos negócios liderados por homens, mas que existem soluções para equilibrar o cenário de equidade de gênero, já que o investidor também tem uma certa influência na cultura das startups. “Nós, investidoras, podemos medir a diversidade da empresa […] e questionar: você se compremete em melhorar? Eu vou investir no seu negócio, mas vamos medir isso?”, pontua Erica.