O que começou como um gesto de empatia se transformou em um projeto de gestão, liderança e impacto direto na vida de mais de 1 milhão de animais por ano. Criado por mulheres que decidiram profissionalizar o amor pelos animais, o Instituto Ampara Animal é hoje uma das maiores referências do país em proteção animal e conservação da biodiversidade.
A história começou em 2010, quando Juliana Camargo e Marcele Becker, amigas com trajetória no mundo da moda e da televisão, decidiram ir além das ações pontuais de resgate. Movidas pela urgência da causa e pelo desejo de estruturar soluções duradouras, perceberam que o verdadeiro desafio não estava apenas em acolher os animais, mas em fortalecer quem já estava na linha de frente.
“Naquele momento, percebi que só o amor não bastava. Era preciso entender como fazer diferente”, relembra Juliana, hoje presidente do Instituto.
A partir dessa inquietação, ela buscou formação em Gestão do Terceiro Setor e descobriu um dado alarmante: a proteção animal, embora essencial, ainda não era reconhecida como um trabalho social estruturado no Brasil. A maioria das ações dependia da boa vontade e paixão individual, sem embasamento técnico ou institucional, em um cenário de informalidade e escassez de recursos.
Foi dessa lacuna que nasceu a Ampara Animal: uma rede colaborativa que conecta, capacita e apoia outras iniciativas pelo país. Em vez de um abrigo, a proposta é um ecossistema de impacto com foco em captação de recursos e apoio especializado. A chegada de Cassiana Garcia, atual diretora financeira, trouxe estrutura e sustentabilidade à operação, consolidando o novo modelo de gestão.
No ano seguinte, o time cresceu. Nos bastidores de um programa de televisão, Raquel Facuri, executiva de marketing e apaixonada por animais, ao conhecer Juliana, aproveitou a oportunidade para pedir ajuda para um cãozinho abandonado. O encontro se transformou em parceria e, em pouco tempo, em propósito compartilhado.
“Ela me explicou o tamanho e a complexidade da causa. O match foi imediato. Entendi na hora que precisava estar ali”, relembra Raquel, hoje Diretora de Operações, Marketing e Projetos da Ampara.
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A partir de 2013, a organização conquistou certificação como uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), abrindo caminho para parcerias mais estratégicas e o reconhecimento nacional.
Dois anos depois, passou a atuar como uma “ONG mãe”, apoiando dezenas de projetos locais. Em 2016, com a criação da Ampara Silvestre, ampliou sua missão para incluir a proteção da fauna brasileira e a educação ambiental.
“Sabíamos que podíamos ajudar muito mais. Criar a Ampara Silvestre foi um chamado. Nosso objetivo com essa frente é lutar pela preservação da fauna, educar a sociedade e promover um futuro mais consciente e ético com os animais silvestres”, afirma a presidente do Instituto.
Com quase 15 anos de trajetória, a Ampara já impactou mais de 1 milhão de animais por ano, promoveu 24 mil adoções, realizou 557 mil atendimentos veterinários e vacinou 262 mil animais. No campo silvestre, mais de 700 espécies já foram beneficiadas. O Instituto também figura entre as 100 melhores ONGs do Brasil, com destaque para sua atuação inovadora e liderada por mulheres.
Mais do que números, a Ampara representa uma nova forma de pensar o trabalho social: com propósito, mas também com gestão, técnica e visão de futuro.
“A nossa trajetória nos mostra que é possível começar pequeno e ir muito longe. A Ampara nasceu do improviso, mas cresceu com propósito, técnica e, principalmente, amor. Seguimos comprometidas com um futuro mais ético, sustentável e compassivo, onde cada vida importa e cada escolha conta”, afirma Juliana Camargo.
