Ressignificar é uma escolha?

Ressignificar é uma escolha?

Elisa Fernandez reflete sobre a magia dos encontros em tempos de relações com prazos de validade

Elisa Fernandez

Keanu Reeves e Sandra Bullock em cena de "A Casa do Lago" (2006)

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Cara leitora,

Já dizia o grande poetinha Vinícius de Moraes que “a vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro na vida”. Quem nunca ouviu a frase ou refletiu sobre os encontros que a vida nos traz? Acho que a marca da maturidade emocional surge quando passamos a entender a razão de determinadas pessoas cruzarem nosso caminho em diferentes fases da vida.

Assim como na poesia e na música, o cinema também explora a ideia de encontros e desencontros, sejam eles pessoais ou profissionais, mostrando como essas conexões – ou a ausência delas – moldam nossas trajetórias. Filmes que capturam momentos em que pessoas se encontram, muitas vezes por acaso, e revelam como essas interações podem deixar marcas profundas, criar laços inesperados ou até provocar dúvidas sobre quem somos e o que realmente queremos.

Algumas histórias são fantasiosas, como em “A Casa do Lago” (The Lake House), um drama romântico, com Sandra Bullock e Keanu Reeves, sobre duas pessoas que, apesar de viverem em tempos diferentes, se apaixonam trocando cartas por meio de uma caixa de correio mágica. Uma história delicada sobre paciência, destino e o mistério do tempo.

Engana-se quem pensa que encontros e desencontros são apenas temas de amor. Muitos filmes abordam encontros que desafiam a própria essência de quem somos, explorando dilemas éticos, morais e emocionais. São histórias que revelam a complexidade das conexões humanas e nos fazem refletir sobre o impacto daqueles que cruzam nosso caminho, em qualquer esfera da vida.

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E é nesse ponto que quero propor uma reflexão: você consegue ressignificar o papel das pessoas que passaram pela sua vida? Já pensou sobre isso?

Consegue transformar aquele que foi, era ou poderia ter sido, um grande amor em uma amizade sincera e sólida? Ou transformar aquele colega de trabalho que parece testar sua paciência em um aliado? Afinal, o que significa "dar certo" ou "não dar certo" em uma relação, seja ela qual for?

Tenho refletido bastante sobre o "prazo de validade" das coisas – as estações do ano, as fases da lua, os ciclos que têm começo, meio e fim, como tudo na vida. O que é o "para sempre"? Quanto tempo ele dura? E se o meu "para sempre" não for o mesmo que o seu? Será que isso significa que não deu certo? Ou que deu certo o tempo que tinha que dar?

Cada vez mais acredito que a maturidade está em escolher conviver, em todos os aspectos da vida, com quem também escolhe estar ao nosso lado, porque, no fim, ninguém é insubstituível.

Então, cara leitora, essa reflexão é um lembrete de que pessoas vêm e vão, mas você fica. Então, trate-se bem, cuide-se, priorize-se, e pelo bem da sua saúde mental, se faça de louca de vez em quando.


Elisa Fernandez é mãe, empresária e acumula experiências como executiva em entidades empresariais e nas áreas de comunicação, gestão, marketing e publicidade.


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