Primeira edição da Expo Smart Fashion destaca o papel do pequeno e médio varejo na moda

Feira reuniu especialistas e marcas que buscam aproximar o pequeno varejo das novas formas de vender, criar e pensar no setor

O evento ocorreu nos dias 29 e 30 de outubro, no Centro de Eventos do BarraShopping Sul
O evento ocorreu nos dias 29 e 30 de outubro, no Centro de Eventos do BarraShopping Sul Foto : Jorge Scherer / Divulgação / CP

O segundo dia da Expo Smart Fashion encerrou a programação nesta quinta-feira, 30, no Centro de Eventos do BarraShoppingSul, em Porto Alegre. Em sua primeira edição, a feira se propôs a algo diferente: mais do que exibir coleções, a ideia foi criar um espaço de troca e aprendizado sobre o futuro da moda, unindo quatro grandes pilares: sustentabilidade, tecnologia, inovação e tendências.

Idealizado por Morango Gomes — consultora de varejo do Sebrae, mestre em Inteligência Artificial aplicada à Moda e integrante da primeira turma de doutorado na área no Brasil — o evento surgiu a partir de um questionamento em parceria com a produtora Aline Glaeser: quem está olhando para o pequeno e médio varejista?

Distanciando-se do formato de show room clássico de eventos do setor, o foco do evento é aproximar o pequeno e o médio produtor das soluções que possam acelerar os negócios do varejo de moda.

“O pequeno lojista vive muito no operacional. O fato dele ser pequeno não permite que ele olhe para o mercado e entenda o que tem de novidade, de sustentabilidade, de visual merchandising para expor melhor o produto na vitrine. Ele não tem esse tempo. Então, o nosso trabalho foi de trazer no mesmo espaço empresas que ele tem condições de de investir e que vai acelerar a venda dele”, explica Morango, que também é curadora da programação.

Morango Gomes e Aline Glaeser, idealizadoras do evento | Foto: Jorge Scherer / Divulgação / CP

Com produção da Glass Eventos, a feira foi construída com foco no público B2B, reunindo lojistas, gestores e marcas autorais em cinco trilhas: expositores, palestras, consultorias, oficinas e workshops.

“Queríamos um ambiente virtuoso que conectasse marcas autorais às ferramentas tecnológicas e às soluções inteligentes para o varejo”, resume Aline.

Nos palcos, nomes como Giuliny Shauer, a própria Morango Gomes, Arcione Piva (Sindilojas), Mauro Farinetti e Paula Bragagnolo discutiram tendências de consumo, experiência de cliente e sustentabilidade sob o olhar do mercado. Já nas oficinas, o foco foi em práticas ecológicas, como tingimento natural e impressão botânica, que podem surgir como alternativa para que pequenos negócios reinventem peças e reduzam desperdícios.

Outro destaque foram os estandes da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo de Porto Alegre, que apresentaram 15 marcas de moda autoral gaúcha do grupo DNA, reforçando o papel da cidade na construção de uma moda mais local e conectada.

Lucia Quechua Warmi, à esquerda, apresentou a Incubadora DNA Indígena, e Nina Kern, à direita, é dona da marca Enika e integra o grupo de marcas de moda autoral gaúcha. | Foto: Jorge Scherer / Divulgação / CP

Mesmo em sua edição de estreia, o evento deixa boas perspectivas para o futuro. Mais do que falar de trends, a Expo Smart Fashion mostrou um recorte possível para o varejo de moda: mais consciente, digital e colaborativo.