Entenda quais alimentos podem causar processos inflamatórios no organismo
Alimentos ultraprocessados, com alto teor de sódio, gordura, aditivos e corantes químicos, podem intensificar quadros inflamatórios

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A má alimentação é capaz de desencadear um processo inflamatório no organismo, trazendo significativos prejuízos à saúde. E neste contexto, o consumo frequente de produtos industrializados podem causar ou potencializar um processo inflamatório pré-existente.
Muito além do efeito negativo estético, como distensão abdominal ou até dermatológica, as inflamações podem agravar patologias gastrointestinais e mudanças no trato intestinal. Estudos demonstram a associação entre constipação, incontinência urinária e bexiga hiperativa. Além disso, podem causar irritabilidade, alteração no sono, edemas, principalmente em membros inferiores, e dores nas articulações, entre outras condições sintomáticas.
A nutricionista Carolina Queiroga, especializada em Nutrição Clínica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), aponta que há alimentos inflamatórios que intensificam ou desenvolvem o quadro inflamatório, como os ultraprocessados, com alto teor de sódio, gordura, aditivos e corantes químicos, além de conservantes.
Os mais conhecidos são os embutidos, como salsicha, linguiça, nuggets, caldos concentrados, sucos em caixa ou pó, macarrão instantâneo, molhos e temperos prontos, refrigerante, bebidas energéticas, sorvete e biscoitos recheados.
"O açúcar refinado é considerado um dos mais inflamatórios e ainda acelera o envelhecimento da pele ao promover a glicação, um processo que provoca o enrijecimento celular”, destaca.
A alimentação ainda pode impactar a incontinência urinária, porque o problema nem sempre é causado por doenças subjacentes. Para manter a bexiga saudável e não piorar a hiperatividade, é aconselhada a ingestão de alimentos ricos em proteínas, que favorecem na sustentação dos músculos pélvicos e ajudam a regular os hormônios. É importante evitar refrigerantes, bebidas energéticas, açúcar, aspartame e excesso de chocolate e café, assim como molhos e temperos, por exemplo, mostarda, catchup, entre outros.
A condição inflamatória pode se agravar, em alguns casos, com o consumo de glúten, lactose ou proteína do leite animal. “É importante dosar a quantidade, controlando o consumo nas principais refeições. Em pessoas que possuem intolerância ou determinadas doenças eles são ainda mais prejudiciais", acrescenta a nutricionista.
🥦 Alimentação saudável para combater as inflamações
A especialista cita o bioquímico norte-americano Barry Sears, que estudou e pesquisou por 40 anos as respostas inflamatórias no corpo e, a partir de então, desenvolveu uma dieta baseada no consumo de alimentos saudáveis, como frutas, verduras, legumes, proteínas e ômega 3, que permitem controlar como o corpo soluciona a inflamação das células e o aumento do peso.
De acordo com Sears, a reação do corpo a infecções é responsável por boa parte de certas doenças crônicas, nos quais os órgãos são atingidos com o passar do tempo pelos danos que se acumulam.
“É por isso que, em geral, doenças crônicas como diabetes, gordura visceral ou algumas doenças cardíacas não ocorrem de uma hora para outra. Elas são decorrentes de anos de inflamação não resolvida”, endossa Carolina. O pesquisador tem adeptas famosas que seguem estes preceitos nutricionais, como as atrizes Renée Zellweger, Jennifer Aniston e Sandra Bullock.
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As pesquisas e os estudos científicos já corroboram e atestam a relação entre doenças e alterações inflamatórias no corpo com o excesso da ingestão de alimentos industrializados. Dentre elas, uma das mais recentes foi realizada pela Escola de Saúde Pública Mailman, da Universidade Columbia e do Centro de Envelhecimento Robert Butler da Columbia, e reuniu evidências que mostram a estreita ligação entre os alimentos, o risco de desenvolver demência e o processo de deterioração do corpo humano.
O consumo esporádico pode causar alterações inflamatórias pontuais, que após a retirada da dieta, o organismo recupera o funcionamento normal. No entanto, a ingestão assídua e prolongada é perigosa, pois leva a alterações e até mesmo a patologias inflamatórias sérias.
“É preciso eliminar totalmente esses produtos alimentares da dieta. Além de intoxicar o organismo e gerar o processo inflamatório, não tem nenhum valor nutricional. Eles são chamados de alimentos de calorias vazias, que apresentam apenas um valor calórico sem elementos nutricionais expressivos, como fonte de vitaminas, minerais e fibras”, alerta Carolina Queiroga.
Com o avanço da idade, os efeitos negativos em geral aceleram ainda mais o processo inflamatório em curso. Em mulheres após os 40 anos, na fase da perimenopausa, que já apresentam um processo inflamatório decorrente do declínio hormonal, a ingestão desses alimentos vai acentuar vários sintomas, como, por exemplo, a retenção hídrica e o aumento do percentual de gordura corporal, entre outros.