Sinais que o corpo não esconde: saiba quando buscar orientação médica sobre fertilidade

Entenda como identificar alertas e por que a busca precoce por ajuda médica pode fazer toda a diferença

Quanto antes os sinais forem reconhecidos, maiores são as chances de tratamento eficaz
Quanto antes os sinais forem reconhecidos, maiores são as chances de tratamento eficaz Foto : Freepik / Divulgação / CP

A fertilidade é frequentemente tratada como algo natural, que estará sempre disponível quando a mulher ou o casal decidir ter filhos. No entanto, na prática clínica, observa-se que esse “prazo” nem sempre acompanha os planos da vida moderna. Muitas vezes, o corpo dá sinais claros de que algo não está bem, mas eles são ignorados, atrasando diagnósticos e reduzindo as chances de tratamento eficaz.

Segundo o ginecologista, obstetra e especialista em reprodução humana Orlando Monteiro, saber reconhecer esses sinais é essencial para preservar o sonho da maternidade. Entenda os sinais e alertas mais frequentes:

Alterações no ciclo menstrual

Menstruações que deixam de ser regulares, fluxos muito intensos ou dores incapacitantes não devem ser normalizadas.

Irregularidades frequentes podem estar relacionadas a distúrbios hormonais, síndrome dos ovários policísticos (SOP), endometriose ou até falência ovariana precoce. Todas essas condições impactam diretamente a fertilidade.

Tentativas de gravidez sem sucesso

O ginecologista explica que a recomendação internacional é clara: casais que tentam engravidar por um ano sem sucesso (ou seis meses, quando a mulher tem mais de 35 anos) devem procurar um especialista em reprodução humana.

Quanto mais cedo é feito o diagnóstico, maior a chance de indicar a estratégia correta, seja inseminação artificial, fertilização in vitro (FIV) ou outros tratamentos.

Histórico ginecológico ou familiar

Mulheres com histórico de endometriose, miomas, cirurgias pélvicas ou doenças inflamatórias ginecológicas devem ter atenção redobrada. Além disso, se há casos de menopausa precoce na família, pode haver predisposição genética para redução acelerada da reserva ovariana.

No entanto, a fertilidade não é apenas uma questão feminina. Segundo Orlando, alterações na contagem e qualidade dos espermatozoides representam até 40% dos casos de infertilidade. Doenças como varicocele, uso de anabolizantes e infecções prévias podem comprometer a saúde reprodutiva do homem.

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Estilo de vida que sabota a fertilidade

Estresse crônico, privação de sono, obesidade, tabagismo, consumo excessivo de álcool e exposição à poluição são fatores que reduzem tanto a qualidade dos óvulos quanto dos espermatozoides. Identificar esses hábitos e corrigi-los precocemente pode ser decisivo.

Buscar um especialista em reprodução humana não significa receber automaticamente uma indicação de tratamento complexo. Muitas vezes, ajustes simples de hábitos de vida ou terapias medicamentosas já são suficientes para recuperar a fertilidade. Em outros casos, a reprodução assistida pode abreviar um caminho que, sem acompanhamento, seria longo e frustrante.

“A verdade é que cada mês conta quando falamos de fertilidade. Quanto antes os sinais forem reconhecidos, maiores são as chances de tratamento eficaz e de realização do sonho de ter filhos”, finaliza Orlando Monteiro.