Esses poderes e seus podres
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Subsídio é termo inventado para pagar o judiciário com um pacote sem discriminações, o que deveria impedir novos penduricalhos. A plebe também quer poder aumentar o próprio salário. Eu quero. Olho o mapa dos candidatos e vejo, ainda vejo, ainda não se apagou na sucessão de escândalos, que Aécio Neves mandou construir aeroporto em terras da família, que Dilma, na direção da Petrobrás, autorizou um negócio absurdo de compra de uma refinaria nos Estados Unidos e que Marina Silva tem como conselheira e amiga a herdeira do Itaú. Olho o mapa dos poderes e fico sabendo que o presidente da CAPES, relevante organismo do Ministério da Educação, defende a contratação de professores para as universidades federais sem concurso sob o argumento de que os concursos são “jogos de cartas marcadas”. Uau!
O que espanta na afirmação de Guimarães, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, é a possibilidade de que ela seja verdadeira, o que se viu recentemente, num concurso transformado em polêmica e em contenda judicial, na Faculdade de Direito da UFRGS. Em lugar de se tomar providências, melhor driblar os concursos? A culpa é sempre do sofá. A oposição aproveita e grita em tom de pergunta e escárnio: “Depois do Mais Médicos, o Mais Professores”? Olha o mapa dos poderes e vejo velhos profissionais da mídia tentando abocanhar os poderes que sempre criticaram para, obviamente, fazer diferente, mas com velhas receitas que não se mostraram eficientes, embora sempre soem modernas na boca dos marqueteiros e dos empresários desejosos de pagar menos impostos sem deixar de pedir mais serviços e benefícios ao Estado via BNDES.
Olho o mapa dos poderes e vejo executivo, judiciário e legislativo sem muita independência. Um tentando adquirir as “vantagens” obtidas pelos outros em nome da isonomia e do equilíbrio do saque legal aos cofres públicos. Olho o mapa dos poderes e digo com elegância: foi-se o boi com a corda, a égua com os arreios e o magistrado com a toga. Olha o mapa dos poderes e vejo o prefeito de Porto Alegre, filiado ao PDT de Leonel Brizola, não se atrever a sancionar lei de Pedro Ruas, do PSOL, trocando o novo da Avenida Castelo Branco, homenagem a um ditador, para Avenida da Legalidade.
Vou-me embora para Palomas. Lá não tem mapa nem poderes. Mando eu.