Ives Filho, o anacrônico

Ives Filho, o anacrônico

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O Brasil tem uma vaga para preencher no Supremo Tribunal Federal.

A indicação é do presidente da República, Michel Temer, citado na Lava Jato.

A sabatina será feita pelo Senado, que tem 12 membros delatados.

Muitos são os candidatos.

Nenhum mais bizarro do que Ives Gandra Filho.

Ele é o candidato da Fiesp, a poderosa Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, cujo presidente, Paulo Skaf, já foi do Partido Socialista Brasileiro, virou PMDB e teve seu nome soletrado por um delator da operação curitibana.

A Fiesp ama Ives Filho por interesse: ele quer acabar com a CLT.

Ives tem ideias medievais confessadas num artigo organizado pelo ministro do STF Gilmar Mendes.

Defende a submissão da esposa ao marido e da mulher ao homem.

Afirma que casamento homoafetivo equivale a matrimônio entre mulher e cavalo.

Entende que sexo deve ser feito para procriação.

Ligado à ultradireitista Opus Dei, Ives Gandra Filho conjuga reacionarismo com preconceito.

Com todos esses "atributos" só pode ser um dos favoritos ao cargo.

Ele passa certeza de "garantia jurídica".

Ou seja, de que o passado deve governar o presente e fixar o futuro.

Afinal, o direito é um sistema de hierarquia social: masculino, branco, heterossexual e rico.

Com as devidas exceções para confirmar a regra e facilitar a contra-argumentação conveniente.

Não é correto estar sem uma exceção na bolso para as despesas retóricas de bar.

 

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