O segundo encalheiramento do PT

O segundo encalheiramento do PT

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Os franceses usam o verbo reflexivo acanalhar-se.

Tem gente que adora se acanalhar para sair da rotina.

Moças das alta famílias da Zona Sul do Rio de Janeiro que vão aos bailes funk dos subúrbios cariocas fazem-no pelas delícias de se acanalhar um pouco.

Acanalhar-se pode ter um sentido imoral e ilegal, mas também pode ser simplesmente o gosto por sair do trilho da moral da tribo.

O PT gosta de encalheirar-se.

É mais grave do que se acanalhar na "imoralidade" da boquinha da garrafa.

É a segunda vez que o PT se encalheira até o talo.

Atoladinho.

Na primeira, quando Renan Calheiros foi julgado pelo Senado, seis petistas abstiveram-se e assim salvaram o mandato e os direitos políticos do coronel alagoano que pagava os gastos da sua rolinha com dinheiro alheio.

Desta vez, o PT se encalheirou um pouco mais e elegeu Renan presidente do senado, devolvendo-o ao poleiro de onde cantará novamente de galo.

Há certamente algo simbólico nessa atitude petista.

Parece ser uma metáfora do partido no poder.

Para governar, é preciso encalheirar-se.

Ao menos, como todos sabem, esse tem sido o método petista.

Método praticado antes pela ARENA/PFL/Dem/PP e PSDB e demais.

O PMDB é o partido do encalheiramento por natureza.

Encalheirar-se: atolar-se até o talo no jogo do poder pelo poder.

É de poder!

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