Voto de desconfiança contra Dilma
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Os demais não se preocuparam com um motivo tão pífio.
Votaram contra Lula, Dilma e o petismo.
Foi um voto de desconfiança típico de parlamentarismo.
No presidencialismo, o impeachment depende de um crime de responsabilidade provado.
Dizer que no parlamento o voto é dos políticos não poderia significa um voto político, mas, no mínimo, um voto embalado como se fosse técnico com referências ao objeto do julgamento. Os deputados, em respeito à regra do jogo, deveriam dar-se o trabalho de justificar o entendimento do crime.
Quem se importa com isso?
De resto, viu-se a Câmara dos Deputados nua: um bando de homens e mulheres maltratando o português, pulando e gritando com torcedores num bar, proferindo insultos homofóbicos e tomando cusparadas, tentando aparecer com cartazinhos bizarros na tevê, assacando contra a honra uns dos outros, chamando o presidente da casa de ladrão, diante da indiferença absoluta do ofendido, fazendo homenagens a mães, pais, filhos, namoradas e certamente amantes, coçando as partes genitais, votando por todas as razões, menos a que poderia justificar um voto conforme as imputações do processo, enrolados em bandeiras como se estivessem no carnaval, metendo o dedo no nariz, cutucando o colega, uma tropa estranha, incontida, irracional, histriônica, confusa e avassaladora. A impressão é de que ali estavam os mais malandros de cada lugar, os mais despachados e encenadores, os mais espertos.
Retrato de um país perdido buscando a salvação com ajuda de Eduardo Cunha.
Agora vai!