Como acabar com a abstenção

Como acabar com a abstenção

Eleitorado esclarecido protestou silenciosamente deixando de comparecer na sua seção eleitoral

Correio do Povo

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A ministra Cármem Lúcia, presidente do TSE, quer investigar os motivos da alta abstenção na eleição do último domingo. Ela disse que vai mandar pesquisar junto aos TREs as causas de tanta ausência de eleitores nos dois turnos da eleição municipal. Mas não seria mais proveitoso e mais objetivo incluir na pesquisa uma singela pergunta – “o atual sistema eleitoral brasileiro é confiável”? Tenho para mim que a fuga dos eleitores se deu por causa da descrença nas urnas.

Como hoje desconfiar das urnas pode ser considerado um crime contra o “Estado Democrático de Direito”, o eleitorado esclarecido protestou silenciosamente deixando de comparecer na sua seção eleitoral, preferindo justificar sua ausência ou até pagando uma ridícula multa de R$ 3,51, por pleito. Quem se absteve nos dois turnos tem uma dívida com a Justiça Eleitoral de R$ 7,02! E este “silêncio” nas urnas pela enorme abstenção se transformou num ruído que reverberou pelo país inteiro chegando ao Olimpo do TSE e preocupando até a ministra Cármem Lúcia.

E é bem provável que a ausência de eleitores nesta última eleição seria bem menor se cada cidadão, depois de teclar os nomes de seus candidatos, recebesse um comprovante do seu voto, conferisse e depositasse numa urna física bem ao lado daquela enigmática máquina que o eleitor tecla, vota, mas fica desconfiado. Tem algum dano à Democracia tal sentimento?

O procurador desconfiado

Felipe Marcelo Gimenez, procurador da PGE do Mato Grosso do Sul, defende a “contagem pública de votos”, que ocorreria por meio da manifestação do voto feita por meio de cédulas impressas. Sem o registro do voto pela impressão instantânea, o eleitor fica num monólogo virtual com a urna eletrônica, restando-lhe apenas a esperança de que seu desejo foi realizado, diz Gimenez.

Apenas um direito

“Participar do escrutínio e de sua fiscalização é inerente ao sufrágio. É direito de cidadania inalienável. Não pertence ao serviço eleitoral, mas ao cidadão. Ele tem o dever de votar, mas não tem o direito de verificar para quem foi o seu voto”. Assim pensa o procurador Felipe Marcelo Gimenez.

Representação na PGR

Felipe Marcelo Gimenez por suas opiniões a respeito das urnas eletrônicas é alvo de uma ação na Procuradoria-Geral da República. O que ele diz sobre o sistema eleitoral brasileiro foi considerado um crime. A denúncia é bem objetiva: “São declarações golpistas”.

Cofrinho de dólares (1)

Esconder dólares, diferentemente dos argentinos que os escondem sob colchões, aqui no Brasil a moda é diferente. Há quem os leve na cueca e há quem prefira o sutiã, com foi o caso de uma mulher flagrada levando 30 mil dólares.

Cofrinho de dólares (2)

A PRF desconfiou de um casal que estava trafegando pela BR 290 num veículo com placas de São Paulo, capital. Na abordagem, um volume na roupa da mulher despertou atenção. Intimada a mostrar a saliência exagerada, ela começou a retirar 30 mil dólares escondidos no sutiã. Foram todos para a sede da Polícia Federal.

Já começou?

O prefeito Sebastião Melo, depois do problemão da enchente, depois da campanha eleitoral e sua consequente vitória nas urnas já tem pela frente um Everest para escalar: organizar o pedido dos vereadores eleitos e dos não eleitos para suas respectivas “boquinhas” na administração municipal.


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