Arroz: Anulação de leilão não estanca crise do governo federal
Apesar da suspensão das compras, oposição quer levar o assunto para uma CPI na Câmara dos Deputados
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A anulação, pelo governo federal, do leilão de compra pública de arroz importado e beneficiado, realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), anunciada nesta terça-feira, não dará fim às investidas políticas contra a iniciativa.
Após a manifestação do Planalto, um dos protagonistas da reação ao leilão, o deputado federal Luciano Zucco (PL), afirmou que a derrubada do leilão representa confissão de culpa e reforça a necessidade de realização da chamada CPI do Arroz.
“Avisamos que o Rio Grande do Sul já havia realizado boa parte da colheita. Não há risco de desabastecimento. A ação do governo federal foi equivocada e açodada”, disse Zucco. O deputado afirmou ainda já contar com mais de 100 assinaturas para viabilizar a CPI e pretende oficializar o movimento nesta quarta-feira.
Marcado por polêmica desde o anúncio da decisão, em função do entendimento de que não há necessidade de compra de arroz de fora, o caso ganhou novas dimensões com as suspeitas de supostas irregularidades e de incapacidade das empresas em honrar os compromissos assumidos na transação.
No sábado, em uma tentativa de estancar a crise, a Conab já havia anunciado a convocação das Bolsas de Mercadorias e Cereais para a apresentação de comprovação da capacidade técnica e financeira das empresas que representaram e saíram vencedoras dos respectivos lotes no leilão para compra de arroz beneficiado importado. O movimento foi insuficiente e levou o governo federal a optar pela anulação.
O governo federal, no entanto, não desistiu da iniciativa e pretende realizar novo leilão com mecanismo para ampliar a segurança e as garantias, o que ampliará o fôlego dos adversários no Congresso Nacional.
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Apartes
Presidente da Comissão de Agricultura da Assembleia, Luciano Silveira (MDB) comemorou a anulação do leilão da compra de arroz importado. “Era a coisa certa a fazer. Cabe, agora, ao governo, destinar os recursos da aquisição para subsidiar produtores gaúchos, obtendo assim o resultado desejado, de manutenção dos níveis de preço e o combate à especulação”, disse.