Deputados estaduais aprovam reajustes, mas derrubam automaticidade

Deputados estaduais aprovam reajustes, mas derrubam automaticidade

Assembleia mantém prerrogativa sobre aumentos dos servidores da cúpula da Justiça

Taline Oppitz

Relator dos projetos na CCJ, Luiz Fernando Mairnadi (E) encabeçou as emendas que derrubaram a automaticidade

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A Assembleia Legislativa aprovou na sessão plenária desta terça-feira os projetos de reajuste, de 18%, para os integrantes dos tribunais de Justiça e de Justiça Militar, Ministério Público, Defensoria Pública e Tribunal de Contas. Como previsto e antecipado pelo Correio do Povo há mais de 15 dias, a automaticidade que constava nos textos foi derrubada.

Em relação ao aumento salarial, a base para as matérias foi a aprovação, pelo Congresso, dos novos valores dos subsídios dos ministros do Supremo, o que gera impacto para toda a magistratura. A automaticidade, incluída nas propostas, acabou suprimida por emenda coletiva de bancadas de espectros ideológicos da esquerda à direita. A iniciativa barrada, se tivesse sido aprovada, garantiria o aumento salarial de carreiras da magistratura apenas dependendo do reajuste dos vencimentos dos ministros do Supremo, sem a necessidade de aval legislativo.

Além de retirar uma prerrogativa dos parlamentares, a automaticidade impediria ainda o debate sobre a pauta, tradicionalmente atrelado a desgastes políticos, reduziria a transparência e dificultaria o acesso da opinião pública ao tema.

O desembargador Antonio Vinicius Amaro da Silveira enalteceu a aprovação do reajuste dos subsídios, mas lamentou a retirada da automaticidade. “Infelizmente continuamos atrás dos demais estados com relação à automaticidade, uma questão já resolvida em âmbito nacional, tendo em vista o alinhamento isonômico e unitário conferido à magistratura nacional”, disse.


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