Taline Oppitz

Emendas: Homologação pelo STF representa trégua, não caso encerrado

Emendas só serão liberadas nos casos em que os critérios técnicos de transparência sejam cumpridos

DIno foi categórico ao dizer que não haverá entraves desde que os critérios estabelecidos sejam cumpridos à risca
DIno foi categórico ao dizer que não haverá entraves desde que os critérios estabelecidos sejam cumpridos à risca Foto : Rosinei Coutinho / STF / CP

A unanimidade no plenário do Supremo, para avalizar a decisão do ministro relator Flávio Dino, de homologação do plano de trabalho elaborado pelo Congresso e pelo Executivo, no caso das emendas parlamentares, significa uma trégua temporária, não caso encerrado. O entendimento é um avanço, sem dúvida, mas não um fim definitivo.

Apesar de ter afirmado que com a homologação do plano, a execução das emendas ao Orçamento de 2025 e de exercícios anteriores, não enfrenta mais entraves, Dino foi, novamente, categórico: sem entraves desde que sejam cumpridos à risca os critérios técnicos estabelecidos no próprio plano e em decisões do Supremo.

Ou seja, as emendas não poderão ser liberadas nos casos em que o ordenador de despesas do Executivo identificar que critérios técnicos visando a transparência não estão sendo cumpridos. As justificativas, então, serão analisadas caso a caso.

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As vedações englobam, diversas situações, como, por exemplo, em relação a recursos destinados à saúde que não estejam em contas específicas, as chamadas emendas PIX que não estejam acompanhadas de plano de trabalho aprovado e as de comissão e de bancada, sem aprovação ou convalidação registrada em atas de reunião das comissões e das bancadas, que devem conter a identificação do parlamentar e o destino da verba.

Com o avanço da pauta em torno das emendas, o Orçamento-Geral da União para este ano, enfim, será votado. A Comissão Mista de Orçamento irá se reunir no dia 11 para começar a analisar a proposta. Usadas muitas vezes como balcão de negócios pelo Executivo e também por parlamentares, em aplicação distorcida, visando currais eleitorais, as emendas geram polêmica há tempos.

Como, por óbvio, não há vontade política ou intenção de acabar com a prática. Garantir a ampliação da transparência é o mínimo a ser feito.

Uma série de etapas precisa ser cumprida

Com a homologação, pelo Supremo, do plano de trabalho sobre as emendas, as comissões da Câmara e do Senado terão que votar as indicações de repasses de recursos feitas pelos líderes partidários. A etapa, que será colocada em prática após a análise do orçamento, precisa ser vencida para garantir que as chamadas emendas de comissões sejam executadas este ano. Antes, porém, terão ainda que ser definidos e eleitos os novos presidentes das comissões, em processo que costuma ser politicamente complexo.