IPE Saúde: crise aumenta com críticas de hospitais e médicos

IPE Saúde: crise aumenta com críticas de hospitais e médicos

Governo do Estado adiou por 30 dias dias mudanças nas novas regras diante das reclamações

Taline Oppitz

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A crise em torno do IPE Saúde ganhou outro capítulo a partir de manifestações públicas de entidades hospitalares e do Cremers com críticas à situação de hospitais e médicos vinculados ao instituto. O presidente do IPE, Paulo Afonso Opermann, disse ter sido surpreendido pelos movimentos.

“Estamos surpresos e perplexos. A afirmação e as reclamações sobre os honorários médicos não são verdadeiras. Os valores de consultas e de mais de 95 procedimentos foram atualizados”, destacou, em entrevista ao programa Esfera Pública, da Rádio Guaíba, nesta terça-feira.

Segundo Opermann, a insatisfação de entidades hospitalares se deve às mudanças em instruções normativas e na remuneração das instituições, realizadas com base em orientações do Ministério Público.

Em função das ameaças de descredenciamentos de médicos e de suspensão de atendimentos por instituições que atendem pelo IPE, foi estabelecido o adiamento por 30 dias nas mudanças das regras, que originalmente entrariam em vigência dia 1º de março.

Opermann afirmou que já há mecanismos compensatórios em prática e que o diálogo será aprofundado para viabilizar o entendimento. “Precisamos estabelecer uma relação com os prestadores que não seja predatória para ninguém e que permita o bom atendimento dos mais de um milhão de beneficiários do plano. Sem isto, em dois ou três anos, mesmo com a reestruturação realizada, corremos o risco de ver o IPE inviabilizado”, ponderou.

Presidente do Cremers, Eduardo Neubarth também garantiu a disposição ao diálogo, mas salientou que as defasagens seguem um problema, já que diversos procedimentos não foram reajustados, apesar da defasagem de anos na tabela de pagamentos. Neubarth disse ainda que combinações estabelecidas durante as negociações não foram cumpridas.

“Nós é que estamos perplexos. O contrato com as entidades hospitalares afeta inclusive a autonomia de médicos e os valores de atendimentos e procedimentos não tiveram nem mesmo reajuste inflacionários. Não estamos reivindicando algo inatingível”, disse o dirigente do Cremers, também à Rádio Guaíba.

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Instituto perdeu 27 mil usuários, diz deputado

O deputado Pepe Vargas (PT) ocupou a tribuna na sessão plenária, desta terça-feira, na Assembleia, para abordar a crise do IPE. “Em junho de 2023, o IPE Saúde tinha 567 mil usuários do plano principal. Em novembro, daquele ano, caiu para 540 mil. Foram 27 mil usuários a menos. No plano de optantes, são 2.978 usuários a menos. Portanto, o IPE Saúde viu a saída de 30 mil pessoas do plano, que foram para as filas do SUS”, disse.

Líder do governo marca visita de presidente

O líder do governo, Frederico Antunes (PP), também usou a tribuna para falar do caso. Segundo ele, o presidente do IPE, Paulo Afonso Opermann, e a secretária do Planejamento, Danielle Calazans, irão à Assembleia esclarecer dúvidas dos deputados, A reunião ocorrerá na segunda semana de março.


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