Hospitais e entidades pedem suspensão do novo modelo do IPE Saúde

Hospitais e entidades pedem suspensão do novo modelo do IPE Saúde

Casas de saúde que assinaram a carta entregue ao governador Leite representam mais de 60% dos atendimentos do IPE Saúde

Rodrigo Thiel

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Nesta quarta-feira, os hospitais classificados como estratégicos, a Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Rio Grande do Sul (Fehosul) e a Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos do RS (Federação RS) entregaram uma carta ao governador Eduardo Leite pedindo a suspensão do novo modelo de remuneração do IPE Saúde. Conforme a carta, as novas medidas podem reduzir em até 33% o faturamento anual dos hospitais que atendem usuários do plano.

O novo modelo de remuneração está previsto para vigorar a partir do dia 1º de março. Caso mantidas as medidas, os hospitais alegam que pode ocorrer uma redução drástica nas receitas dos hospitais, levando as instituições a cancelarem os atendimentos pelos planos, além de operarem com prejuízo. Um estudo destacado na carta aponta que esta queda pode variar entre 10% e 33%.

As entidades e hospitais que assinaram a carta representam mais de 60% dos atendimentos do IPE Saúde. “O que estamos afirmando agora não é nenhuma novidade. Essa política já foi objeto de conversações com o IPE Saúde e sempre dissemos que ela é totalmente impraticável. Apesar dos alertas, não houve melhoria significativa no conteúdo das medidas, que seguramente vão impactar negativamente os usuários do IPE e sobrecarregar o SUS”, explica Cláudio José Allgayer, presidente da Fehosul.

Entre os hospitais que participam do manifesto estão a Santa Casa de Misericórdia, o hospital Ernesto Dornelles, hospital São Lucas, hospital de Clínicas e Divina Providência, todos de Porto Alegre, além do hospital Tacchini de Bento Gonçalves, hospital de Caridade e Beneficência de Cachoeira do Sul, hospital Vida e Saúde de Santa Rosa, hospital de Clínicas de Ijuí, hospital São Vicente de Paulo de Passo Fundo, hospital Santa Lúcia de Cruz Alta, hospital Astrogildo de Azevedo de Santa Maria, hospital de Clínicas de Passo Fundo e Sociedade Beneficente Sapiranguense de Sapiranga.

No documento, o grupo afirma que permanece aberto ao diálogo, a fim de encontrar soluções que não coloquem em risco a saúde dos usuários do plano. Procurado, o IPE Saúde afirmou que ainda não recebeu oficialmente a carta assinada pelo grupo.

Cremers também pretende entregar carga sobre o IPE Saúde

O presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers), Eduardo Neubarth Trindade, afirmou que a entidade também está acompanhando a situação do novo modelo de remuneração do IPE Saúde e endossa o pedido do grupo. “Da mesma forma que a remuneração é extremamente baixa para os hospitais, quase inviabilizando o atendimento pelo IPE Saúde, os valores pagos pelos procedimentos e pelas consultas médicas também são extremamente baixos. O médico tem que ter outras fontes de renda além dos valores pagos pelo IPE Saúde para poder se manter. Estamos acompanhando essa luta porque, da mesma forma que eles sofrem isso, os médicos também sofrem isso no dia a dia. Nós pretendemos fazer uma carta nos mesmos teores pedindo para melhorar a remuneração”, completou.


Correio do Povo
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