Leite faz malabarismo sem sucesso

Leite faz malabarismo sem sucesso

Destino político do governador será definido nos próximos dias

Taline Oppitz

Governador está em NY, em missão governamental

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A pauta sobre o desembarque do PSDB para concorrer pelo PSD à presidência da República não saiu de cena com a viagem do governador Eduardo Leite em missão aos Estados Unidos. Leite fez malabarismos para responder às perguntas dos jornalistas que integram a comitiva, como Guilherme Baumhardt, do Correio do Povo e da Rádio Guaíba. Mas nada feito. Para bom entendedor, meia palavra basta.

Ao ser questionado, o governador fez algumas ponderações. “Quando retornar ao Estado, vamos retomar as conversas. Mas continuamos falando por telefone. A decisão envolve coalizão, deputados e lideranças que podem seguir o mesmo caminho. Na próxima semana este tema deve estar encaminhado”, disse Leite. Traduzindo. O governador já vem realizando uma série de contatos porque não irá migrar sozinho para o PSD, mas levará consigo um grupo de lideranças e parlamentares tucanos e, quem sabe, inclusive, outros de partidos que integram sua ampla base aliada na Assembleia.

Leite disse mais. Apesar de ter até o dia 2 de abril para renunciar ao governo, a decisão será tomada antes, nos próximos dias, justamente em função desta migração conjunta, que ficaria complicada perto do fim do prazo. A janela partidária fica aberta até 1° de abril. Sobre o PSDB, Leite destacou que está filiado há 20 anos, mas reconheceu que o partido tem demonstrado dificuldades para viabilizar uma candidatura sustentável ao Planalto.

“A rejeição é alta (ao governador de São Paulo, João Doria, que venceu a prévia) e não estão acontecendo reuniões, articulações para analisar o que se pode fazer. A situação me preocupa”, afirmou Leite. Na prática, sua manifestação reverbera entre ala de tucanos, que tentam levar Doria a recuar, por enquanto sem sucesso, temendo que, após as eleições deste ano, o PSDB se torne nanico em função do fraco desempenho, já constatado em 2018, com meros 4,58%. 

Clima
Em uma das agendas que participou em Nova Iorque, Leite conversou com especialistas em sustentabilidade da Universidade de Columbia. Entre eles, Jeffrey Sachs e Lisa Sachs. Segundo o chefe da Casa Civil, Artur Lemos, que participou do encontro, a preocupação ambiental é crescente e será agravada com a guerra na Ucrânia. Lemos destacou ainda que chamou a atenção de integrantes da comitiva como a guerra ampliou nos EUA o clima que marcou a eleição presidencial, em que Joe Biden venceu Donald Trump.

Após a missão
Segundo o chefe da Casa Civil, Artur Lemos, as análises sobre a viabilidade financeira, e, em caso positivo, a data em que o projeto de reajuste salarial para o quadro-geral será protocolado, ocorrerão após o retorno da missão internacional aos EUA, no dia 14. O índice estudado é o mesmo concedido ao mínimo regional, de 5,53%. Se a intenção avançar, todos os poderes serão beneficiados, não apenas o Executivo. 


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