Lira adota tom conciliatório e Fux manda recado para o Congresso

Lira adota tom conciliatório e Fux manda recado para o Congresso

Agora, cabe ao presidente o próximo passo

Taline Oppitz

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL)

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Em silêncio politicamente estratégico durante o Dia da Independência, representantes do Supremo Tribunal Federal e da Câmara dos Deputados se manifestaram nesta segunda sobre os atos do dia 7 e sobre as falas do presidente Jair Bolsonaro, que fez críticas nominais à Corte e aos ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso. As reações vieram em tons distintos.

Enquanto partidos se revezam em reuniões em que a possibilidade de impeachment era a pauta, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), que tem a prerrogativa exclusiva de dar tramitação ou arquivar os mais de 130 pedidos que estão na Casa, adotou tom moderado e conciliatório. A palavra sequer chegou a ser mencionada por ele. “É hora de dar um basta a essa escalada, em um infinito looping negativo. Bravatas em redes sociais, vídeos e um eterno palanque deixaram de ser um elemento virtual e passaram a impactar o dia a dia do Brasil de verdade", disse Lira.

Horas mais tarde foi a vez do presidente do Supremo, ministro Luiz Fux, se manifestar na abertura da sessão da Corte. Fux adotou tom mais incisivo e, no bom português, mandou recado direto para o Congresso Nacional. “Se o desprezo às decisões judiciais ocorre por iniciativa do chefe de qualquer dos poderes, essa atitude, além de representar atentado à democracia, configura crime de responsabilidade, a ser analisado pelo Congresso Nacional", afirmou Fux. O recado foi imediatamente entendido por ala considerável de parlamentares, mas Lira, ainda aliado de Bolsonaro, não dá sinais de que agirá.

Como a tensão continua alta, próximos capítulos virão. E a bola, agora, mais uma vez, está com Bolsonaro. Seu próximo movimento pode ser decisivo no tabuleiro. 


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