Toda cautela nos próximos passos e em comemorações é necessária considerando o perfil explosivo e imprevisível do presidente americano Donald Trump. É inegável, no entanto, que a conversa, de cerca de 30 minutos, entre Trump e o presidente Lula, nesta segunda-feira, representou avanço em meio a um cenário sombrio que havia se estabelecido desde o anúncio do tarifaço sobre produtos brasileiros.
Os argumentos para a investida, além do viés político distorcido e equivocado, não paravam de pé. A conversa de ontem, por videoconferência, foi o primeiro desfecho do rápido encontro na Assembleia da ONU, em Nova Iorque, sobre o qual Trump afirmou ter acontecido uma “química excelente” entre ele e Lula. Aos que colocaram em xeque o relato divulgado pelo Planalto, por meio de nota, Trump não deixou dúvidas ao comentar a ligação nas redes sociais.
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“Esta manhã, tive uma ligação telefônica muito boa com o presidente Lula, do Brasil. Discutimos muitas coisas, mas o foco principal foi a economia e o comércio entre nossos dois países. Teremos mais conversas e nos encontraremos em um futuro não muito distante, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Gostei muito da ligação. Nossos países vão se dar muito bem juntos!”, escreveu o americano.
Reflexos também nos EUA
Líderes da oposição que estão na torcida contra Lula, e, portanto, contra o Brasil, ignoram que o interesse em negociar uma saída não é apenas do Planalto. Os efeitos do tarifaço não são sentidos apenas aqui. Nos EUA, empresas e consumidores também lidam com os impactos. Trump pode não se importar com o desgaste para Lula, mas certamente se importa com o próprio, que já está em curso.
