Lula escolhe, mas o Senado dá as cartas

Lula escolhe, mas o Senado dá as cartas

Presidente indicará próximo ministro para ocupar vaga de Lewandoski no STF, mas o parlamento deverá avalizar o nome

Taline Oppitz

Advogado de Lula, Zanin é principal cotado para vaga no STF

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“É uma coisa tão minha que não quero repartir com ninguém”. Essa foi a manifestação do presidente Lula (PT) sobre a possibilidade da indicação do sucessor de Ricardo Lewandowski no Supremo Tribunal Federal (STF). O agora ex-ministro se aposentou em abril. O nome mais cotado para a vaga é o de Cristiano Zanin, advogado e amigo pessoal de Lula. Zanin foi o representante do petista nos processos que o levaram a ser preso e a ficar encarcerado na sede da Polícia Federal por mais de 500 dias. O desfecho foi exitoso e permitiu a presença de Lula na corrida presidencial de 2022.

Além do substituto de Lewandowski, Lula indicará também o sucessor de Rosa Weber, que deixará a Corte em outubro deste ano. A prerrogativa das indicações é do presidente da República, mas as decisões não garantem que os processos serão tranquilos, tampouco rápidos. Assim como nos casos de projetos de interesse do Palácio do Planalto, em que as articulações e negociações com o Congresso Nacional são imprescindíveis e decisivas, o mesmo acontece com as indicações. São muitos os interessados nas vagas, do mesmo modo como interesses envolvidos nas indicações e nos perfis dos futuros ministros do Supremo.

A briga, nesta pauta, tem como palco o Senado. Cabe à Casa realizar as sabatinas dos escolhidos, viabilizar suas respectivas aprovações em plenário e definir as datas destas ações. Uma ala de senadores já deixou claro que o nome de Zanin gera descontentamentos e que, se confirmado, enfrentará retaliações. Portanto, Lula escolhe, mas o Senado dá as cartas. 


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