Os próximos capítulos da história de Marcos do Val

As manifestações e versões do senador Marcos do Val (Podemos-ES) criaram uma grande cortina de fumaça e tumultuaram ainda mais o cenário político nacional. Se na quinta-feira ele começou o dia como o delator de um possível plano contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, tendo como objetivo anular o resultado eleitoral que elegeu o presidente Lula (PT), em outubro do ano passado, nesta sexta-feira, ele tornou-se investigado, a pedido do próprio Moraes.

A troca de posições, que na política não chega a ser incomum, foi rápida, assim como as sucessivas versões ou adaptações dos acontecimentos apresentadas pelo senador. A manifestação dele, inclusive, de que pediria à Procuradoria-Geral da República (PGR) para afastar Moraes da relatoria dos atos antidemocráticos, deixou em evidência que talvez o objetivo dessa trama fosse exatamente essa: tirar Moraes de cena. 

Diante dessa tão enrolada trama, fica evidente que deverá render mais alguns capítulos. E, infelizmente, traz à tona novamente o chamado “terceiro turno”, que parece não ter terminado na política, mesmo após três meses do final do pleito. As narrativas impostas e que tornam o ambiente político ainda mais instável deveriam preocupar e muito a atual cúpula do Palácio do Planalto. Não custa nada repetir, enquanto a discussão eleitoral predominar, assuntos realmente relevantes ficam de lado e deixam de ser discutidos. E quem perde? Todos.