Como a Dupla Gre-Nal pode competir com forças de Rio e São Paulo

Como a Dupla Gre-Nal pode competir com forças de Rio e São Paulo

Por
Fabrício Falkowski

CAPÍTULO 6 – COMO VOLTAR A COMPETIR?

O futebol brasileiro vive um momento de profundo desequilíbrio financeiro. A diferença de receitas entre os clubes criou uma elite formada por dois protagonistas — Flamengo e Palmeiras — com potencial de expansão para, no máximo, mais dois concorrentes: Corinthians e São Paulo. Essa minoria concentra os títulos e entra como favorita em praticamente todas as temporadas. Inter e Grêmio, que um dia estiveram nesse seleto grupo, hoje lutam por competitividade em um cenário cada vez mais desfavorável.

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Ambos os clubes gaúchos — campeões mundiais e donos de uma rica história — viram suas receitas crescerem muito menos do que as dos principais rivais. Enquanto Flamengo e Palmeiras multiplicaram suas arrecadações por mais de 10 nos últimos anos, Inter e Grêmio avançaram em ritmo bem mais modesto. Hoje, sobrevivem com uma estrutura associativa que impõe limites orçamentários e burocráticos, enquanto lidam com torcidas exigentes, acostumadas à grandeza do passado.

Para tentar equilibrar a balança, Inter e Grêmio terão que tomar decisões ousadas. Isso pode incluir a ruptura com o modelo associativo, abrindo espaço para investidores via SAF (Sociedade Anônima do Futebol), ou então seguir por um caminho de austeridade ainda mais rigorosa, aceitando períodos de jejum de títulos para conter dívidas e recuperar o fôlego financeiro.

O presidente do Grêmio, Alberto Guerra, que se elegeu com discurso contrário à SAF, mudou de ideia recentemente. Já o colorado Alessandro Barcellos ainda evita levantar a bandeira da transformação para uma sociedade anônima do futebol, mas admite que a situação é extremamente difícil e que, sem injeção maciça de recursos, será quase impossível voltar a competir em alto nível.

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895