Especialista em finanças aponta riscos e prega transparência com o torcedor

Especialista em finanças aponta riscos e prega transparência com o torcedor

Por
Fabrício Falkowski

CAPÍTULO 10 – RISCOS E TRANSPARÊNCIA

Por bem ou por mal, os torcedores da Dupla Gre-Nal terão que se acostumar a um novo cenário: o de clubes coadjuvantes.

O forte desequilíbrio financeiro entre eles e adversários com receitas até três vezes maiores levou Inter e Grêmio a encolher. “Os clubes com menor receita precisam ser mais eficientes, agir de forma diferente, garimpar o jogador que ninguém viu. Além disso, precisam mirar conquistas em torneios com formatos mais acessíveis, como Copa do Brasil, Libertadores e Sul-Americana. Se ganham um título grande, o sistema se retroalimenta”, observa o economista César Grafietti, especialista em gestão e finanças no futebol.

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Ele também alerta para riscos graves. “Sem um processo de reestruturação e muita transparência com o torcedor, esses clubes vão se afastar cada vez mais dos títulos. Isso está muito claro. As dívidas seguem crescendo e estrangulam o caixa. A do Inter pode ultrapassar R$ 1 bilhão ainda neste ano. As receitas até aumentam, mas, do ponto de vista recorrente, ou seja, excluindo a venda de atletas e subtraindo os custos, operam no negativo. Se em um ano venderem menos jogadores, quebram”, resume Grafietti.

Os dirigentes da Dupla Gre-Nal reconhecem o problema e buscam alternativas. A solução, segundo admitem nos bastidores, passa por uma entrada extraordinária de recursos — seja por um investidor torcedor (como no caso do Palmeiras), seja pela transformação em SAF. No ritmo atual, Inter e Grêmio correm o risco de se tornarem irrelevantes no cenário competitivo.

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895