Solo sadio é pilar para a segurança alimentar

Solo sadio é pilar para a segurança alimentar

Bioativação de microorganismos, desenvolvida para recuperar o potencial das terras agricultáveis, é uma das soluções propostas pela indústria de fertilizantes do Brasil e pressupõe mudança de consciência na produção agrícola

Por
Eduardo Monteiro*

O solo fornece serviços ambientais que promovem a vida, como produção de alimentos, fibras, combustíveis, recursos genéticos e farmacêuticos; purificação e degradação de contaminantes e sequestro de carbono. Esse recurso tão essencial para a segurança alimentar mundial pode se exaurir em 60 anos, prazo da Organização das Nações Unidas (ONU) para o esgotamento de terra cultivável. Com a necessidade de intensificação agrícola sustentável, conseguimos vislumbrar o quão fundamental é a difusão dos conhecimentos acerca da saúde dos solos para o aumento de produtividade e rentabilidade no campo.

O avanço da agricultura por meio da excessiva utilização das terras gera impactos nas suas características físicas, químicas e biológicas. Práticas agrícolas que promovam alterações no pH, preparo e compactação, cultivo homogêneo de plantas e aplicação de defensivos, embora algumas contribuam para o aumento da produção e da eficiência na lavoura, também geram pressão na qualidade do meio, podendo resultar em diminuição da saúde do solo.

Com o ambiente inadequado para a produção agrícola, a missão de promover a segurança alimentar mundial fica distante. O solo saudável para o cultivo tem microrganismos, como bactérias, fungos e outras criaturas que atuam na promoção da saúde das plantas, aumentam a disponibilidade dos nutrientes, fornecem suporte no combate a doenças e pragas, e auxiliam na estruturação do solo reduzindo riscos com erosão e escoamento superficial das águas. Ou seja, o solo deve ser visto como um ecossistema vivo que propicia o desenvolvimento fisiológico para que a planta tenha capacidade de absorver água, e de buscar os nutrientes necessários para se desenvolver. 

Portanto, a produtividade agrícola capaz de suportar a demanda mundial de alimentos é dependente da qualidade biológica do solo. Cuidar, desde já, da saúde dos solos, significa priorizar a criação de condições ambientais propícias à geração e à manutenção da alta biodiversidade e da promoção da entrada de organismos benéficos. Para isso, o manejo deve contemplar o incremento de quantidade e qualidade de matéria orgânica no solo, a sanidade ambiental, a intensificação de processos naturais de dispersão e colonização microbiana. Esse importante desafio foi abraçado pelo setor agro mineral, que investe em pesquisa e desenvolvimento de produtos que atendam às necessidades contemporâneas da produtividade rural

Com o propósito de ajudar o mundo a produzir os alimentos de que precisa, a indústria nacional de fertilizantes desenvolveu uma formulação para bioativação de microrganismos, que restaura a biodiversidade do solo do mercado brasileiro. A solução reflete uma mudança de consciência na produção agrícola, com o conceito de bioativação e restauração da microbiota do solo aliado à oferta adequada de macro e micronutrientes. Os fertilizantes minerais impactam diretamente no crescimento e na produtividade das culturas, contribuindo para o maior fornecimento de biomassa para a microbiota do solo. Plantas com nutrição equilibrada expelem compostos que contribuem com a atividade biológica e que agregam à resistência das plantas. O impacto positivo consequente é lavouras mais tolerantes a estresses ambientais, que fortalecem a sustentabilidade dos sistemas de produção agrícola.

*Colaboração em artigo do vice-presidente Comercial da Mosaic Fertilizantes

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895