O Comitê Olímpico Internacional (COI) expressou profundo pesar nesta sexta-feira (17) pela ausência de atletas israelenses no Mundial de Ginástica Artística, que será realizado na próxima semana na Indonésia. As autoridades do país asiático vetaram a entrada da delegação de Israel.
Em comunicado, o COI destacou a contradição do veto com os esforços diplomáticos recentes: "O COI lamenta profundamente esta situação, ainda mais porque acontece depois de progressos significativos a favor de um acordo de paz durante a recente cúpula de paz no Egito, testemunhada pelo presidente da Indonésia".
Princípio de neutralidade do esporte
O órgão máximo do esporte defendeu o princípio da neutralidade, reforçando que o esporte não deve ser refém de decisões políticas. "O esporte deve continuar sendo um espaço seguro, no qual os atletas podem realizar seus sonhos sem assumir responsabilidades por decisões políticas", continuou a nota.
A comissão executiva do COI informou que "estudará a situação particular da Indonésia durante sua próxima reunião", indicando que o país pode enfrentar consequências por sua decisão.
Veto político
O Mundial de Ginástica Artística começará no próximo domingo, em Jacarta, sem a delegação israelense. A Indonésia, o país muçulmano mais populoso do mundo, mantém uma política histórica de não ter relações com Israel.
O ministro de Assuntos Jurídicos e Direitos Humanos da Indonésia, Yusril Ihza Mahendra, explicou que o governo "tem uma política firmemente estabelecida de não manter contato com Israel enquanto não for reconhecida a existência de uma Palestina livre e soberana".
A Corte Arbitral do Esporte (CAS), para onde a Federação Israelense de Ginástica (IGF) recorreu, negou na última terça-feira os pedidos provisórios para obrigar a Federação Internacional a "garantir a participação da equipe israelense" ou a "transferir ou anular" a competição.
No entanto, a CAS continua analisando o mérito de um dos recursos apresentados pela IGF em conjunto com "seis atletas israelenses", incluindo Artem Dolgopyat, campeão mundial de 2023 e medalhista de ouro nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020. O COI informou que mantém diálogo com todas as partes para "contribuir na busca por uma solução".