Ex-vice jurídico lesou os cofres do Inter, diz MP
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Ex-vice jurídico lesou os cofres do Inter, diz MP

Relatório mostra que departamento foi um dos braços do 'loteamento criminoso'

Fabrício Falkowski

Advogado Marcelo Castro agiu para "locupletar-se à custa do Inter", diz investigação do M

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Além do futebol e da área de patrimônio, um braço do “verdadeiro loteamento criminoso” apresentado no relatório elaborado pelo Ministério Público (MP) sobre a gestão de Vitorio Piffero no Inter, está no departamento jurídico. Especificamente quando ele era comandado pelo advogado Marcelo Castro. Segundo conclusão do MP a partir das averiguações, que se iniciaram em 2017, o então vice-presidente jurídico agiu para “locupletar-se à custa do Inter". O Correio do Povo teve acesso ao material sigiloso das investigações.

Castro ocupou o cargo por apenas oito meses, entre janeiro e agosto de 2015. Depois, foi demitido, não sem forte pressão dos conselheiros, quando foi condenado a mais de oito anos de prisão por sonegação de impostos. Porém, foi tempo suficiente para, segundo a investigação do MP, lesar os cofres do clube.

Uma das formas, de acordo com a apuração, foi fraudar acordos na Justiça de Trabalho. O MP encontrou pelo menos dois exemplos disso, envolvendo os jogadores Danny Morais e Christian. O zagueiro celebrou um acordo de R$ 918.750,00 para encerrar uma reclamatória trabalhista. Porém, deste valor, ele repassou R$ 138.750,00 para uma pessoa de nome “Henrique”, que, segundo o MP, é ligada a Marcelo Castro. O próprio zagueiro confirmou o repasse e disse que fez o pagamento porque “ele (Henrique) teria bom relacionamento dentro do clube”. O dinheiro, no final do processo, caiu nas contas de empresas ligadas ao ex-vice jurídico, como a Argos do Brasil Consultoria e a Montenegro Participações e Investimentos.

Christian também abriu mão de parte do que o clube, em tese, lhe devia, “exatamente como ocorreu com a avença firmada com o atleta Danny Bittencourt Morais, a primeira parcela do acordo reverteu integralmente para Marcelo Domingues de Freitas e Castro, indicando que tal prática se constituía em verdadeiro modus operandi do referido agente e de seus comparsas”, salienta o pedido do MP.

Christian teria direito, como reclamante, a uma indenização de R$ 360 mil. A primeira parcela, paga em dois cheques de R$ 35 mil cada, foi “integralmente repassada, por meio de endosso, ao escritório de Marcelo Domingues de Freitas e Castro”. Em depoimento ao MP, Christian alegou que o pagamento serviu para quitar uma dívida referente a um serviço realizado a ele por Castro. Ficou de apresentar documentos que comprovassem essa relação de prestação de serviços, o que nunca foi feito.

O MP também investiga a relação de Marcelo Castro com a empresa Argos do Brasil Consultoria, que recebeu, enquanto ele foi vice-jurídico, R$ 294.146,45 do Inter. Em tese, os valores poderiam servir para o pagamento de algum serviço jurídico, área pela qual Castro era o responsável. Porém, segundo os investigadores, “a Argos do Brasil Consultoria possui, conforme antes antecipado, estreito relacionamento com o investigado Marcelo, sendo perfeitamente possível definir que ele, de fato, é o responsável pela empresa”.

Como mostra a quebra de sigilo bancário da empresa e do ex-dirigente, a Argos repassava valores numa freqüência muito grande para as contas de Castro. E também para a sua esposa, Suelen Lentz Ribeiro e Castro. Ou seja, mesmo que passando por intermediários, Marcelo Castro estava contratando a sua própria empresa ao custo de quase R$ 300 mil para o Inter.

Marcelo Castro enviou resposta ao CP, que pode ser lida na íntegra abaixo:

"Estou tranquilo. A notícia é compreensível, pois a gestão daquele período está sob investigação. O clube, lamentavelmente, passou e passa por conturbado momento político. Esta situação não é nova para mim. Há pouco mais de dois anos, o que motivou a minha saída da diretoria do clube, foi condenação prolatada contra mim, veiculada pela imprensa, cuja sentença foi fulminada por 5 x 0 pelos ministros do Superior Tribunal de Justiça. Inexplicavelmente, esta DECISÃO UNÂNIME A MEU FAVOR, não obteve nenhuma divulgação. Agora, novamente recebo tranquilamente esta acusação na certeza de que ao cabo do processo restará plenamente comprovada a improcedência dos fatos a mim imputados. Com relação à informação de que me vali de "laranjas", tenho a informar que nada disto foi feito. A respeito de minha esposa, cumpre DEFINITIVAMENTE esclarecer que todos os valores a ela depositados são lícitos, contabilizados e declarados junto aos órgãos competentes e sem qualquer relação com o Sport Club Internacional.  Penso que deve ser atribuído a todos os investigados o direito da presunção de inocência, até que reste analisado e concluído este processo para que todos não sofram o que eu, INJUSTAMENTE passei, em uma condenação depois ANULADA POR UNANIMIDADE. Da minha parte desconheço qualquer fato em desabono a meus ex-colegas de diretoria." 

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