O início da trajetória de Ramón Díaz no comando do Inter é mais difícil do que o esperado. Após sete partidas à frente da equipe, o técnico argentino acumula números piores que os de seu antecessor, Roger Machado, que deixou o clube sob forte pressão. Com duas vitórias, dois empates e três derrotas, Ramón soma apenas 38% de aproveitamento. Já Roger, considerando apenas os jogos pelo Campeonato Brasileiro, obteve 39,1%, com sete vitórias, seis empates e dez derrotas.
O revés para o Fluminense, no sábado, no Maracanã, aumentou a turbulência no Beira-Rio. O time colorado voltou a não mostrar evolução tática, exibindo os mesmos problemas que o acompanham desde o início do campeonato: falta de intensidade, fragilidade emocional e dificuldade de reagir diante da adversidade.
Após o derrota por 1 a 0, Ramón Díaz admitiu que o Inter atravessa um momento delicado. “Gostaria que a equipe recuperasse o ímpeto, a determinação e a coragem. Não estamos encontrando a atitude necessária para jogar esse tipo de jogo. Vamos trabalhar isso durante a semana”, afirmou o treinador argentino, visivelmente incomodado.
O discurso repete a tônica das últimas rodadas: a necessidade de retomar a confiança e encontrar o equilíbrio mental. O próprio técnico reconheceu que o grupo sente o peso dos resultados negativos, problema, aliás, que já era vivenciado por Roger Machado. E isso tem se refletido dentro de campo.
Com o aproveitamento em queda e o time a apenas quatro pontos da zona de rebaixamento, a pressão cresce sobre todos os setores do clube. No domingo, o vice de futebol, José Olavo Bisol, que não concede entrevistas, manifestou-se nas redes sociais: "O torcedor está sofrendo — e nós também. Cada derrota dói. Mas ninguém aqui se esconde. Trabalhamos dia e noite pra mudar esse cenário, com humildade, cobrança e compromisso. O Inter é maior que qualquer pessoa ou fase".