"Tivemos menos chances de gol contra o Al-Ahly em 2006", lembra Abel

Técnico campeão mundial em 2006, Abel Braga se diz torcedor do Inter. Foi nesta condição que ele falou nesta quinta-feira à Rádio Guaíba. O colorado Abel lamentou as oportunidades de gol perdidas e a eliminação para o Mazembe. Na sua avaliação, a culpa não pode ser atribuída apenas ao técnico. "Em 2006, jogamos contra o Al-Ahly, que tecnicamente era mais forte do que o Mazembe. Era um time que tocava muito bem a bola, e tivemos muito menos chances de gol. Nosso gol saiu em uma cobrança não muito bem feita, mas que o Luiz Adriano apareceu rápido para cabecear. Agora, o Inter teve situações muito mais claras de gol que em 2006 e não botou para dentro", lamentou.

"O time não aproveitou as ocasiões que teve neste jogo. Vão dizer que estou repetindo o Celso. Mas o que ele falou é verdade. Na quarta, em cinco oportunidades, a Inter de Milão fez três gols e matou o jogo", avaliou Abel. "Não dá para culpar só o treinador. Tem 11 jogadores no grupo e seis ou sete não tiveram atuações à altura do normal", defendeu o campeão de 2006.

Para ele, a efetividade do time italiano foi o que faltou para trazer o resultado esperado pelos colorados. "A grande diferença entre o Inter e a Inter de Milão foi que, nas primeiras duas chances que eles tinham, marcaram o gol. Já na primeira falha que o Inter teve, os africanos fizeram. E daí ficaram defendendo, defendendo, defendendo e, na segunda chance foram lá e colocaram para dentro, dois a zero", analisou o técnico.

Abel garante que a melhor alternativa para o Inter é manter Celso Roth no cargo. "Ele é bom demais. Eu vi os treinos aqui em Abu Dhabi, ensaiou bem a marcação sob pressão e daí, lá no campo os caras não fizeram a mesma coisa. Como torcedor, eu quero que ele continue. Para o Inter continuar vencendo ele é a melhor escolha. Não tenho a menor dúvida que no ano que vem o Inter vai voltar a lutar pela Libertadores, vai ganhar a Recopa, pois está preparado para isso."

Sobre a polêmica entre os zagueiros Lúcio e Bolívar, Abel disse que concorda com o jogador da Inter de Milão, apesar de sua amizade com o capitão colorado. Lúcio criticou o Inter por ter feito festa antes do embarque para o Mundial. O atual capitão do Inter retrucou as declarações do zagueiro da Inter de Milão, revelado pelo clube gaúcho. "Nisto aí, apesar da proximidade com o Bolívar, vou ter que ficar com o Lúcio", apontou.

Abel destaca que crescimento mundial do Inter honra a torcida colorada

Abel fez questão de destacar o ano positivo que teve o Inter, fechando uma década de conquistas inéditas para o clube gaúcho. "Eu quero dizer para a torcida colorada que não acabou o mundo. As pessoas tem que ter consciência de onde o Inter chegou. O Barcelona, em 2006, perdeu para nós e no ano passado veio aqui e conseguiu o título Mundial. Então o Colorado vai voltar também", enfatizou. "Esta derrota para o Mazembe não muda nada da grandeza daquilo que o Inter foi na década. Nenhum clube no mundo teve este aumento de marketing, de sócios e de credibilidade que o Colorado conquistou", salientou o treinador.

"O importante é que o time está aqui disputando entre as quatro melhores equipes do mundo. Tem que honrar qualquer colorado. Em quatro anos o Inter chegou duas vezes ao mundial. Isso é fantástico. O torcedor do Grêmio comemorou e claro que ia comemorar. Mas o Grêmio tá de férias e, olha só, o Colorado está disputando o Mundial. Eles querem ganhar, não conseguem, e daí tem que ficar feliz com a derrota do Inter", ponderou Abel, acrescentando a frase que ouviu de Fernando Carvalho: "É muito melhor perder em Abu Dhabi do que vencer em Recife. Estou com o Ferrnando. Poxa vida, é uma conclusão brilhante, concordo totalmente", definiu.